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Neoplasias da Tireoide: Patologia
04/12/2015
Publicado por: Isabelle Santos Teixeira

Neoplasias da Tireoide: Patologia

Autor: Isabelle Santos Teixeira

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Dentre as neoplasias tireoidianas, 90% são benignas (adenomas) e 10%, malignas (carcinomas)

Adenoma

·         Clínica: apresenta-se como nódulo solitário, indolor, frio na maioria dos casos (>90%) em quadro de eutireoidismo

·         Patogênese: Há mutações relacionadas ao gene RAS em 20% dos casos. Há risco de transformação maligna, principalmente para carcinoma folicular, o que ocorre em 50% das situações. Os adenomas tóxicos, ou seja quentes, são relacionadas a mutações RET que causam alterações nos receptores de proteína G.

·         Análise patológica: na microscopia, a maioria das células neoplásicas são similares aos folículos normais, enquanto macroscopicamente, os nódulos se apresentam bem delimitados sem irregularidades.

Carcinoma

As neoplasias malignas são quase em sua totalidade frios (99%) e apresentam-se de formas bem distintas, conforme listaremos a seguir.

Carcinoma Papilar

Representa a malignidade mais frequente (85% dos carcinomas). Afetam qualquer idade e estão bem relacionadas com exposição à radiação, evidenciada nos episódios de Chernobyl e Hiroshima.

·         Análise patológica: macroscopicamente, são nódulos únicos, em geral, não encapsulados, com grânulos/papilas com folículos em seu interior. Miscroscopicamente, diferencia-se os folículos das papilas, nas quais há “núcleo de vidro moída” (com cromatina dispersa) e corpos de psamonas (calcificação nos núcleos das papilas).

·         Patogênese: Relacionada a rearranjos do gene RET, em que 20% são RE/PTC e NTRK em 10%. Há também mutações de ponto em BRAF, em 35% dos casos.  

Carcinoma Folicular

Acomete mais adultos e idosos, e principalmente mulheres.

·         Análise patológica: Nódulos parecidos com adenomas (diagnóstico diferencial), por serem minimamente invasivos. Microscopicamente, expressam citoplasma granular, abundante e eosinofílico.

·         Patogênese: Em metade dos casos, há relação com mutações do gene RAS.

·         Clínica: Há grande manifestação de metástase hematogênica para pulmões, ossos e fígado.

Carcinoma anaplásico

Destaca-se dentre os demais por acometer mais homens, idosos (>65 anos).

·         Patogênese: Forte relação com mutações no oncogene p53. Frequentemente, advêm da desdiferenciação de carcinoma papilar e folicular.

·         Clínica: São muito agressivos, comparados até a carcinoma pancreático, além de crescimento violento, com possível síndrome compressiva, podendo manifestar-se pela rouquidão, tosse e disfagia. Em 50% dos casos, associa-se a bócio multinodular e à carcinoma bem diferenciado nas proximidades.

Carcinoma medular

Representa o carcinoma tireoidiano mais agressivo, acometendo mais frequentemente crianças, adolescentes e adultos jovens.

·         Clínica: associa-se a síndromes paraneoplásicas, como Cushing e diarreia. Manifestam-se bilateralmente e em mulcentralidade.

·         Patogênese: Há relação forte com mutações nos genes NEM-2A e NEM-2B, por meio dos qauis se encaixa nas neoplasias endócrinas múltiplas.

·         Análise patológica: apresentam depósitos amiloides com calcitonina, já que as células parafoliculares produzem tal substância. Pode existir também, produção de peptídeos vasoativos e ACTH.

 

Bases Patológicas das Doenças - Robbins & Cotran - 8ª edição