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Escabiose Crostosa (Sarna Norueguesa)
04/12/2015
Publicado por: João Victor Sousa Ferreira

 Escabiose Crostosa (Sarna Norueguesa)

Autor: João Victor Sousa Ferreira

                                                                                                                                                                                                                                                      

Introdução

A escabiose é uma infestação da pele causando uma erupção intensamente pruriginosas com um padrão de distribuição característica.  A EC é comumente vista em pacientes imunocomprometidos, incluindo condições como linfoma, leucemia, síndrome da imunodeficiência adquirida, doença enxerto versus hospedeiro e tratamento com imunossupressores e corticoesteroides. A incidência de sarna sofre flutuações cíclicas a nível mundial, embora todas as partes do mundo não estão necessariamente na mesma fase do ciclo, ao mesmo tempo. Condições de superlotação aumentam a prevalência de sarna na população, e sarna pode ocorrer em epidemias em contextos institucionais. Em climas temperados, a sarna é mais comum no inverno do que no verão, provavelmente devido a uma maior aglomeração tanto física no inverno e ácaros porque podem sobreviver mais tempo em fomitos em temperaturas mais frias.

Etiologia

A doença é causado pelo Sarcoptes scabili var.hominis, um ácaro branco-marrom de oito patas, em forma de tartaruga. A fêmea, responsável pelas manifestações clínicas está na fronteira de ser visível a olho nu e os hábitos em tocas do parasita evitam que seja observada por pacientes. A encolha do parasita é facilitada pela secreção de enzimas proteolíticas que causam danos queratinocíticas detectável ao nível ultramicroscópico.

Patogenia

Transmissão de sarna é geralmente de pessoa para pessoa pelo contato direto. Escolas normalmente não fornecem o nível de contato necessário para a transmissão. Em adultos jovens, o modo de transmissão é geralmente o contato sexual.

O quadro começa com placas eritematosas crostosas, acinzentadas, descamativas e mal definidas que se desenvolvem rapidamente, atingindo qualquer área do corpo, ultrapassando o círculo de Hebra, mas o couro cabeludo, mãos e pés são particularmente suscetíveis. Se não tratada, a doença geralmente se espalha amplamente e pode, eventualmente, envolver toda a epiderme com eritema difuso e infiltrações cutâneas, de aspecto liquenificado e hiperceratótico em membros superiores e inferiores. As crostas e fissuras surgem e estão cheias de ácaros. As lesões apresentam mal cheiro. As unhas estão frequentemente grossas, descoloridas e distróficas. Além disso, há ocorrência de prurido noturno

            No exame dermatoscópico, pode-se observar estruturas diplópoda-simile. Outro exame utilizado é o teste de fita adesiva para a sarna que envolve o uso de fita adesiva forte e transparente. A fita é firmemente aplicada diretamente na lesão de pele e, em seguida, é puxada para fora rapidamente e aplicada a uma lâmina de vidro, para verificar a presença de ácaros e/ou ovos deles.

Diagnósticos diferenciais

Pode ser confundido com eczema, linfoma cutâneo de células T, quadro neoplásico, tinea, dermatite atópica, histiocitose de células de Langerhans, lúpus eritematoso sistêmico, penfigóide bolhoso, urticária papular, dermatite seborréica, e acropustulose de infância.  O diagnóstico da escabiose deve atentar para a distribuição típica das lesões e uma história de membros da família afetados.

Tratamento

Uso tópico de permetrina 5% creme e oral de ivermectina são terapias de primeira linha razoáveis. Anti-histamínicos podem ajudar no controle da coceira.

Referências Bibliográficas

Dermoscopy of Norwegian scabies in a patient with acquired immunodeficiency syndrome. Loan Towersey 1 Marina X. da Cunha 2 Cecilia A. Feldman 3 Carlos Gustavo C. de Castro 4 Timothy G. Berger 5

Fuller LC. Epidemiologia da sarna. Curr Opin Infect Dis 2013; 26: 123.