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Atrite Psoriática
29/11/2015
Publicado por: João Victor da Silva Soares

Artrite Psoriática

 

Autor: João Victor da Silva Soares

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           A artrite psoriática (APso) é uma artropatia inflamatória crônica que acomete articulações axiais e periféricas, bem como enteses, estando associada ao distúrbio sistêmico denominado psoríase. É interessante notar que a artrite se desenvolve em mais de 10% das populações psoriáticas, manifestando-se por volta dos 30 a 50 anos de idade. Dos pacientes com psoríase, 30% tem um parente de primeiro grau acometido, o que corrobora o fato de a doença ser determinada geneticamente e relacionada com os genes HLA-B27 e HLA-Cw6.

            A sinóvia inflamada na artrite psoriática assemelha-se à da artrite reumatóide, infiltrada por linfócitos T e B, macrófagos e células que expressam receptores NK, porém com menos celularidade e hiperplasia. Além disso, há entesite proeminente tal qual a que ocorrem nas espondiloartropatias.

      O padrão de acometimento articular é bastante variável: As articulações interfalangianas distais (IFD) das mãos e dos pés são as primeiras afetadas na distribuição assimétrica em mais de 50% dos casos. As articulações interfalangianas proximais (IFP), bem como o punho, podem estar envolvidos na progressão da doença. Grandes articulações, como tornozelo, quadril e joelho, também estão normalmente comprometidas. A doença sacroilíaca e espinal (dactilite, entesite e anquilose) ocorre em 20% a 40% dos indivíduos afetados.

        Como manifestações extra-articulares, tem-se irite e conjuntivite. Outros sintomas são raros, ou são característicos da psoríase em si.

        Não há exames laboratoriais diagnósticos para a APso. A velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR) frequentemente estão elevados. Uma pequena porcentagem dos pacientes podem ter títulos baixos de fator reumatóide sérico ou anticorpos antinucleares. Na presença de psoríase extensa, o ácido úrico pode estar elevado.

      Os critérios de diagnóstico baseiam-se na anamnese – importante incluir perguntas sobre psoríase no paciente e em membros na família. No exame físico, é necessário que o paciente se dispa, para que as lesões típicas possam ser avaliadas no couro cabeludo, orelhas, umbigo e pregas glúteas, bem como unhas dos quirodáctilos e dos pododáctilos - na presença de psoríase e de sinais e sintomas e estudos de imagem característicos nas articulações periféricas ou na coluna.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1.     KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; FAUSTO, Nelson; ASTER, Jon C. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. Editora Elsevier – Rio de Janeiro, 2010.

2.     BRAUNWALD, Eugene; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; HAUSER, Stephen L.; LONGO, Dan L.; JAMESON, J. Larry. Medicina Interna de Harrison. Editora Artmed – Porto Alegre, 2013.