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Helicobacter
06/08/2015
Publicado por: Isabelle Santos Teixeira

Helicobacter

Autor: Isabelle Teixeira

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São bastonetes Gram-negativos espiralados. O principal representante desse gênero é o Helicobacter pylori, que estão associados a gastrite, úlceras pépticas, adenocarcinoma gástrico e linfomas de céçuças B de tecido linfoide associado à mucosa gástrica (MALT).

Fisiologia e Estrutura

Estas são algumas de suas propriedades principais:

·         Altamente móvel (presença de flagelo);

·         Produção de uréase;

·         Não fermentação ou oxidação de carboidratos;

·         Boas condições de sobrevivência: condições microaerófilas (pouco oxigênio e muito dióxido de carbono) e temperatura entre 30ºC e 37º.

Patogênese e Imunidade

Os bastonetes liberam uma proteína bacteriana inibidora de ácidos e a uréase, que produz amônia, a qual neutraliza os ácidos. A partir desse processo, a colonização é facilitada, na qual a bactéria passa pelo muco gástrico e adere às células epiteliais.

Após a colonização, a urease, por meio de seus sub-produtos (mucinase, fosfolipases e citotoxina vacuolizante), provoca a lesão tecidual e a estimulação da resposta inflamatória. Esta última reforçada pelo próprio LPS.

A imunidade também é estimulada por secreção de IL-8 e fator ativador de plaquetas, que, ainda, induzem hipersecreção de ácido gástrico e apoptose.

Os recursos da H. pylori de escape imunológico é a produção de superóxido dismutase e catalase, que o protegem da fagocitose e destruição intracelular.

Os mecanismos de virulência desse gênero estão intimamente relacionados aos seus genes de virulência, as ilhas de patogenicidade: CagA  e VacA. CagA se relaciona à liberação de IL-8 e citocinas pró-inflamatórias, enquanto VacA, á toxina vacuolizante, que destrói o citoesqueleto das células epiteliais.

Epidemiologia

A transmissão se dá, provavelmente, por via fecal-oral.

A maior incidência de colonização ocorre em países em desenvolvimento, em que, estima-se 70% a 90% da população colonizada.

Diagnóstico Laboratorial

·         Microscopia: o exame histológico de biópsia gástrica apresenta altas sensibilidade e especificidade (próxima a 100%), sendo, por isso, considerado “padrão ouro”.

·         Teste da Urease: consiste na pesquisa não-invasiva da urease através da respiração, após consumo de uma solução de ureia marcada; apresenta altas especificidade e sensibilidade; relativamente caro.

·         Detecção de Antígenos: antígenos de H. pylori são identificados nas fezes por imunoensaio comercial por enzima policlonal; sensibilidade de 90% e especificidade de 95%; baixo custo.

·         Cultura: a identificação se dá por suas características de crescimento (atmosfera microaerófila, em meio enriquecido com sangue, hemina ou carvão, em achados morfológicos e na detecção da atividade de oxidase, catalase e urease.

·        Sorologia: úteis para documentar exposição às bactérias para fins epidemiológicos, geralmente.

Tratamento, Prevenção e Controle

         O tratamento se dá pela combinação de um inibidor da bomba de prótons (ex.: omeprazol) com um oumais antibióticos (ex.: tetraciclina, amoxicilina, metronidazol). Ressaltando-se, porém, que há possibilidade de resistência a antibioticoterapia.

           Vacinas tem sido estudadas, mas, ainda, não com êxito. 

Fonte: Microbiologia médica / Patrick R. Murray, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller; [tradução Carlos Pelleschi Taborda… et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.