Helicobacter
Autor: Isabelle Teixeira
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São bastonetes Gram-negativos espiralados. O principal representante desse gênero é o Helicobacter pylori, que estão associados a gastrite, úlceras pépticas, adenocarcinoma gástrico e linfomas de céçuças B de tecido linfoide associado à mucosa gástrica (MALT).
Fisiologia e Estrutura
Estas são algumas de suas propriedades principais:
· Altamente móvel (presença de flagelo);
· Produção de uréase;
· Não fermentação ou oxidação de carboidratos;
· Boas condições de sobrevivência: condições microaerófilas (pouco oxigênio e muito dióxido de carbono) e temperatura entre 30ºC e 37º.
Patogênese e Imunidade
Os bastonetes liberam uma proteína bacteriana inibidora de ácidos e a uréase, que produz amônia, a qual neutraliza os ácidos. A partir desse processo, a colonização é facilitada, na qual a bactéria passa pelo muco gástrico e adere às células epiteliais.
Após a colonização, a urease, por meio de seus sub-produtos (mucinase, fosfolipases e citotoxina vacuolizante), provoca a lesão tecidual e a estimulação da resposta inflamatória. Esta última reforçada pelo próprio LPS.
A imunidade também é estimulada por secreção de IL-8 e fator ativador de plaquetas, que, ainda, induzem hipersecreção de ácido gástrico e apoptose.
Os recursos da H. pylori de escape imunológico é a produção de superóxido dismutase e catalase, que o protegem da fagocitose e destruição intracelular.
Os mecanismos de virulência desse gênero estão intimamente relacionados aos seus genes de virulência, as ilhas de patogenicidade: CagA e VacA. CagA se relaciona à liberação de IL-8 e citocinas pró-inflamatórias, enquanto VacA, á toxina vacuolizante, que destrói o citoesqueleto das células epiteliais.
Epidemiologia
A transmissão se dá, provavelmente, por via fecal-oral.
A maior incidência de colonização ocorre em países em desenvolvimento, em que, estima-se 70% a 90% da população colonizada.
Diagnóstico Laboratorial
· Microscopia: o exame histológico de biópsia gástrica apresenta altas sensibilidade e especificidade (próxima a 100%), sendo, por isso, considerado “padrão ouro”.
· Teste da Urease: consiste na pesquisa não-invasiva da urease através da respiração, após consumo de uma solução de ureia marcada; apresenta altas especificidade e sensibilidade; relativamente caro.
· Detecção de Antígenos: antígenos de H. pylori são identificados nas fezes por imunoensaio comercial por enzima policlonal; sensibilidade de 90% e especificidade de 95%; baixo custo.
· Cultura: a identificação se dá por suas características de crescimento (atmosfera microaerófila, em meio enriquecido com sangue, hemina ou carvão, em achados morfológicos e na detecção da atividade de oxidase, catalase e urease.
· Sorologia: úteis para documentar exposição às bactérias para fins epidemiológicos, geralmente.
Tratamento, Prevenção e Controle
O tratamento se dá pela combinação de um inibidor da bomba de prótons (ex.: omeprazol) com um oumais antibióticos (ex.: tetraciclina, amoxicilina, metronidazol). Ressaltando-se, porém, que há possibilidade de resistência a antibioticoterapia.
Vacinas tem sido estudadas, mas, ainda, não com êxito.
Fonte: Microbiologia médica / Patrick R. Murray, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller; [tradução Carlos Pelleschi Taborda… et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.