Microbiota Comensal e Patogênica de Seres Humanos
Autor: Isabelle Teixeira
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A microbiota comensal do ser humano exerce funções fisiológicas no organismo: participação no metabolismo de produtos alimentares, fornecimento de fatores essenciais de crescimento, proteção contra infecções e estímulo à resposta imune.
A flora microbiana se inicia nos recém-nascidos e passa por transformação ao longo da vida, sendo, ainda, sujeita a vários fatores, como idade, dieta, estado hormonal, saúde e higiene pessoal.
É importe salientar a diferença entre colonização e doença. O primeiro se refere a uma relação sem interrupção das funções normais do corpo, ao passo que a doença se caracteriza por dano ao organismo.
A maioria das infecções humanas são causadas por patógenos oportunistas, ou seja, aqueles que tipicamente compõem a microbiota normal do paciente e passam a gerar processo patológico quando inseridos em sítios desprotegidos (ex: sangue e tecidos), como Escherichia coli e Candida albicans. Já os patógenos estritos são poucos e possuem como exemplo a Neisseria gonorrhoeae e o Mycobacterium turbeculosis.
Boca, orofaringe e nasofaringe
A maioria dos micro-organismos do trato respiratório superior não é virulenta. Apesar de poderem ser isolados a partir de espécimes clínicas, os tais não costumam estar associados a doença, como faringite, com exceção do Streptococus pyogenes.
As bactérias mais encontradas nesses locais sãoEnterobacteriaceae, Staplylococcus, Streptococcus, Meisseria, Mycoplasma, Treponema, Haemophilus e muitos outros. Já o fungo mais encontrado é Candida e, quanto aos parasitas, Entamoeba e Trichomonas.
Ouvido e Ouvido
Colonização mais comum se dá por Staphilococcus coagulase-negativo. Podem ser encontrados tbm agentes colonizadores da pele e da nasofaringe.
Trato Respiratório Inferior
Geralmente, é estéril, logo, o isolamento de agentes microbianos já sugere processo patológico. A invasão de colonizadores da boca nesses locais (laringe, traqueia, bronquíolos e vias aéreas inferiores) são causa comum de infecções, como exemplo, é destacável a infecção por S. pneumoniae e Klebsiella.
Trato Gastrointestinal
A população microbiota se inicia ao nascimento e tende a permanecer constante durante toda a vida.
· Esôfago: Maioria dos colonizadores são transitórios. A maior parte das infecções é causada por vírus e Candida albicans spp.
· Estômago: Devido ao pepsinogênio e ao ácido clorídrico, os organismos presentes são ácido-tolerantes, como Lactobacillus e H. pylori. População é muito alterada se houver uso de drogas que neutralizam ou reduzam a produção de ácido gástrico.
· Intestino Delgado: Colonização por várias bactérias diferentes, fungos e parasitas. Pode ocorrer a Síndrome da alça cega, caso a estase do conteúdo intestinal leve a proliferação microbiana.
· Intestino Grosso: Mais significativo sítio de colonização microbiana, constituída, por exemplo, por Enterobacteriaceae. O rompimento do equilíbrio da flora intestinal pode causar doença intestinal importante.
Sistema Genitourinário
Apenas a uretra anterior e a vagina são sítios de colonização permanente. A bexiga, então, abriga colônias transitórias devido a atividade bactericida das células uroepiteliais e pela ação do jato de urina.
· Uretra anterior: geralmente, colonizada por lactobacilos, estreptococos e estafilococus. Doença pode se manifestar quando colonizadores do intestino invadem-na.
· Vagina: A flora microbiana é alterada segundo a produção de estrogênio da mulher. Importantes causas de vaginite são: N. gonohrreae, Tricomonas vaginalis e HPV.
Pele
Apesar da constante exposição a agentes microbianos, a pele é um ambiente hostil para os tais e a sua maioria morre.nas a uretra anterior e a vagina são sítios de colonização permanente. A bexiga, então, abriga colônias transitórias devido a atividade bactericida das células uroepiteliais e pela ação do jato de urina. Os mais comuns são: estafilococos coagulase-negativos.
Fonte: Microbiologia médica / Patrick R. Murray, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller; [tradução Carlos Pelleschi Taborda… et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.