Síndrome de Rett
Autora: Marjorie Azevedo Jales
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Etiologia e Incidência
É uma doença ligada ao X com prevalência feminina de 1 em 10.000 a 15.000. Ela é causada pela perda de função do gene MECP2.
Algumas pessoas com síndrome de Rett atípica têm mutações em um alelo do gene CDKL5, que também é ligado ao X.
Patogenia
O MECP2 codifica uma proteína nuclear que se liga ao DNA metilado e recruta histona desacetiladas nas regiões de DNA metilado.
A função precisa desse gene ainda não foi completamente definida, mas existe a hipótese de mediar o silenciamento transcricional e a regulação epigenética de genes nessa região do DNA metilado.
Os pacientes com Síndrome de Rett possuem cérebros pequenos e com atrofia cortical e cerebelar sem perda neuronal.
Fenótipo e História Natural
A doença clássica é um distúrbio do desenvolvimento neurológico progressivo que ocorre quase exclusivamente em meninas. Após um desenvolvimento aparentemente normal até 6 a 18 meses de idade, as pacientes entram em curto período de retardamento e estagnação , com desaceleração do crescimento da cabeça.
Posteriormente, há perda da fala e do movimento voluntário das mãos. Com progressão continuada da doença, elas desenvolvem movimentos estereotipados das mãos, irregularidade respiratória, ataxia e convulsão.
As pacientes geralmente vivem até a idade adulta, mas suas vidas são curtas devido a uma incidência aumentada de morte súbita inexplicável.
Tratamento
O diagnóstico geralmente é confirmado pelo teste do DNA.
Atualmente, não existem tratamentos para a cura da síndrome de Rett, e o tratamento enfoca a terapia sintomática e de apoio. As terapias incluem anticonvulsivantes para as crises, inibidores de receptação da serotonina para a agitação, carbidopa ou levodopa para a rigidez, e melatonina para melhora dos distúrbios do sono.
Risco de Herança
Cerca de 99% dos casos de sidrome de Rett são esporáticos; a maioria das mutações de MECP2 é de novo, embora em casos raros elas possam ser herdadas de uma mçae não afetada ou levemente afetada com um desvio na inativação do cromossomo X.
Pelo menos 70% das mutações de novo surgem na linhagem paterna.
Fonte: THOMPSON&THOMPSON. Genética Médica. 7ª edição