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Segunda Semana do Desenvolvimento Humano
20/07/2015
Publicado por: Duana da Frota Araújo

Ao final da primeira semana, o blastocisto se encontra parcialmente implantado no endométrio. A implantação se completa ao longo da segunda semana. Nesse processo, ocorrem mudanças morfológicas no blastocisto, formando um disco embrionário bilaminar (epiblasto e hipoblasto). No decorrer da segunda semana também se formam algumas das estruturas extraembrionárias, como: cavidade amniótica, âmnio, vesícula umbilical, pedículo de conexão e saco coriônico.

Na segunda semana, o trofoblasto, em contato com o endométrio, aumenta de tamanho, invadindo o endométrio e se diferenciando em duas camadas:

·         Citotrofoblasto: camada mitoticamente ativa que fornece células para o sinciciotrofoblasto.

·         Sinciciotrofoblasto: massa multinucleada sem limites celulares definidos.

O sinciciotrofoblasto se aprofunda cada vez mais no endométrio, deslocando e causando apoptose de células endometriais. Esta camada do blastocisto é nutrida pelas células deciduais, células adjacentes ao local de implantação, ricas em glicogênio e lipídeos. O sincíciotrofoblasto também produz hCG, ou gonadotrofina coriônica humana, que mantém as atividades hormonais do corpo lúteo e dos ovários durante a gravidez, contribuindo para manter o curso normal da gestação.

O primórdio da cavidade amniótica surge na segunda semana. Amnioblastos se diferenciam do epiblasto, formando o âmnio que reveste a cavidade amniótica. Mudanças ocorrem no embrioblasto, formando o disco embrionário (placa bilaminar constituída por epiblasto e hipoblasto). O epiblasto constitui o assoalho da cavidade amniótica e é contínuo ao âmnio. Já o hipoblasto é o teto da cavidade exocelômica e é contínuo com a membrana exocelômica que reveste tal cavidade. Tal membrana, junto ao hipoblasto, formam outra extraembrionária: A vesícula umbilical primitiva.

Formados âmnio, disco embrionário e vesícula umbilical primitiva, sugem lacunas no sinciciotrofoblasto. Estas lacunas são preenchidas por sangue materno, que nutrem o embrião. Em torno do 12º dia, as lacunas adjacentes fundem-se, formando redes lacunares.

Também na segunda semana, forma-se o celoma extraembrionário (mediante fusão e espaços celômicos extraembrionários do mesoderma extraembrionário), cavidade cheia de líquido que envolve o âmnio e a vesícula umbilical. A medida que se forma o celoma extraembrionário, a vesícula umbilical primária reduz de tamanho, tornando-se vesícula umbilical secundária.

Vilosidades coriônicas primárias podem ser vistas ao final da segunda semana.

O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em mesoderma somático extraembrionário e mesoderma esplâncnico extraembrionário. O mesoderma somático, junto ao sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto constituem, então, o córion, que é a parede do saco coriônico. O celoma extraembrionário, então, passa a ser chamado cavidade coriônica, que envolve embrião, saco amniótico e vesícula umbilical, estruturas essas que estão suspensas na cavidade por um pedículo de conexão.

Por volta do 14º dia, o embrião ainda possui form discoide, mas as suas células hipoblásticas já apresentam a placa precordal, área circulae espessada formada por células cilíndricas. A placa precordal indica o futuro local da boca.

Fonte: MOORE, Keith L. Embriologia básica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Saunders/Elsevier, 2008.