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Primeira Semana do Desenvolvimento Humano
13/07/2015
Publicado por: Duana da Frota Araújo

O desenvolvimento humano inicia-se na fecundação, evento no qual o espermatozoide se une ao ovócito para formar um zigoto.

Ovócito secundário

Quando a mulher está em seu período fértil (período em que ocorre a ovulação), o ovócito secundário é expelido do folículo ovariano. As fimbrias se aproximam do ovário e iniciam um movimento “para frente e para trás”. Esse movimento auxilia o ovócito secundário a chegar ao infundíbulo da tuba uterina. Através de movimentos de peristalse (da parede da tuba) em direção ao útero, o óvulo chega à ampola da tuba uterina, onde, se houverem espermatozoides viáveis, provavelmente ocorrerá a fecundação.

Espermatozoide

Os espermatozoides passam do epidídimo para a uretra através da peristalse do ducto deferente. Secreções produzidas pela vesícula seminal, pela próstata e pelas glândulas bulbouretrais são adicionadas ao líquido contendo espermatozoides no ducto deferente e na uretra. No momento da ejaculação, o sêmen é expelido pelo orifício uretral externo.

No momento da ejaculação, o sêmen é depositado em torno do orifício externo do útero e do fórnice da vagina. Os espermatozoides, então, percorrem o útero e alcançam a tuba uterina por meio das contrações do útero e das tubas e por meio de sua própria motilidade. De 200-600 milhões de espermatozoides que são depositados em torno do orifício uterino externo, apenas uma média de 200 alcança o local onde haverá a fecundação.

Fecundação

A fecundação é uma sequência de eventos coordenados. Primeiro, os espermatozóides atravessam a corona radiata. Há evidencias de que isso é possibilitado pela ação da enzima hialuronidase, proveniente do acrossomo do espermatozoide, e de enzimas da mucosa tubária, que auxilia na dispersão das células foliculares (que compõem a corona radiata). Os movimentos da cauda do espermatozoide também auxiliam o processo.

Atravessada a corona radiata, o espermatozoide necessita atravessar a zona pelúcida. Nesse processo, também são liberadas, pelo espermatozoide, enzimas (esterase, acrosina, neuraminidase) que irão ajuda-lo a ultrapassar esta camada, em direção ao ovócito secundário. No momento em que o gameta masculino atravessa a zona pelúcida, ocorre a reação zonal, que consiste numa alteração das propriedades da zona pelúcida que impede a penetração de outros espermatozóides.

Após atravessar as duas camadas descritas, a cabeça e a cauda do espermatozoides, depois de rompidas as membranas plasmáticas de ambos os gametas, penetra no citoplasma do ovócito secundário. Membrana plasmática e mitocôndrias do gameta masculino ficam para trás.

Quando o espermatozoide penetra o citoplasma do ovócito secundário, a segunda divisão meiótica do ovócito se completa, formando um ovócito maduro (sendo o seu núcleo o pronúcleo feminino) e um corpo polar. Já o núcleo do espermatozoide constitui o pronúcleo masculino. Quando os dois pronúcleos se fundem, é formado o zigoto.

Clivagem

            Divisões mitóticas se sucedem, resultando num aumento da quantidade de células (blastômeros) sem, contudo, haver aumento do volume total. Ou seja, a cada divisão mitótica, as células filhas são menores que aquela que lhe deu origem. No estágio de 12 a 32 blastômeros, a massa celular formada é chamada de mórula. Ela se forma 3 dias após a fecundação e se desloca para o útero. Quando no útero, surge na mórula uma cavidade blastocística, preenchida com líquido. Conforme essa cavidade aumenta de tamanho, os blastômeros são separados em duas camadas: trofoblasto e embrioblasto.

            No período de 6 dias após a fecundação o blastocisto, que estava até o momento descrito flutuando nos flúidos uterinos, adere ao epitélio endomentrial. Nessa etapa, o trofoblasto se diferencia em citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. O blastocisto, ao fim da primeira semana, está superficialmente implantado na camada endometrial, obtendo sua nutrição dos tecidos maternos. O hipoblasto (camada de células) também surge no fim da primeira semana, na superfície do embrioblasto que se volta para a cavidade blastocística.

 

Fonte: MOORE, Keith L. Embriologia básica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Saunders/Elsevier, 2008.