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Pielonefrite Aguda
17/05/2015
Publicado por: Lara de Holanda Jucá Silveira

Pielonefrite Aguda
Autor(a): Lara de Holanda Jucá Silveira.
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A Pielonefrite Aguda é uma infecção aguda do trato urinário que atinge a pelve renal. As infecções bacterianas são as causas mais comuns de pielonefrite, mas também ocorrem por infecções virais (p.e. poliomavírus). A disseminação da infecção do trato urinário para o rim pode ser através do ureter (ascendente) ou pelo sangue (hematogênica).

Morfologia:Quando a infecção atinge a pelve renal, ocorrem as seguintes alterações morfológicas na pielonefrite:
1) Inflamação supurativa: Há a formação de abcesso focais, caracterizados por grandes áreas em forma de cunha.
2) Agregados intratubulares de neutrófilos, que migram do interstício para o lúmen tubular (massas neutrofílicas) e, a partir desse, para os túbulos coletores. Formas mais graves de pielonefrite podem comprometer o glomérulo inteiro, sendo mais resistente e mais comum em pielonefrites fúngicas (p.e. Candida).
3) Necrose tubular.

As complicações da pielonefrite aguda envolvem:
A) Necrose papilar: É mais comum em diabéticos e em casos de obstrução do trato urinário.
B) Pielonefrose: Ocorre a obstrução total ou quase completa da pelve renal. O exsudato não drena, supurando a pelve, cálices e ureter de pus.
C)Abcesso perinéfrico: Extensão da inflamação da cápsula renal para o tecido perinéfrico.

Na recuperação renal da pielonefrite há a substituição de neutrófilos por macrófagos e células plasmáticas. Além disso, os focos inflamatórios se tornam depressões fibrosas, ocorre a atrofia tubular, a fibrose intersticial e a infiltração de linfócitos, formando a cicatriz pielonéfrica no rim.

Clínica:A pielonefrite ocorre de inicio súbito, apresentando-se com dor no ângulo costovertebral, sinais e sintomas de infecção (febre e mal-estar), sinais e sintomas de irritação da bexiga e da uretra ( disúria, urgência urinária, frequência urinária alterada), piúria (presença de leucócitos na urina) e grumos de pus.   
Possuem predisposição para a pielonefrite indivíduos com obstrução do trato urinário, refluxo vesicoureteral, diabetes mellitus, imunossupressão e imunodeficiências e lesões renais prévias. Homens com hipertrofia prostática, mulheres em geral e, principalmente, grávidas também possuem risco aumentado. A instrumentação no trato urinário também pode predispor a infecções.
O diagnóstico laboratorial pode ser realizado pelo sumário de urina. Quando não complicada, a pielonefrite de curso benigno pode ser tratada com antibióticos.
Complicações: casos mais graves de pielonefrite aguda ocorrem em pessoas com obstrução urinária, diabetes mellitus ou imunodeficiências. Estes casos podem cursar com episódios septicêmicos, necrose papular e, por fim, falência renal aguda.
A Nefropatia por Poliomavírus é tipo de pielonefrite responsável por 1 a 5 % das perdas de aloenxerto em transplantados, pelo efeito citopático do vírus no epitélio tubular.

Referência: Robbins & Cotran, Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 8ed.2010.