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Polipose Adenomatosa Familiar
02/04/2015
Publicado por: Marjorie Jales

Polipose Adenomatosa Familiar

Autora: Marjorie Azevedo Jales
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Etiologia e Incidência da Doença

O câncer colorretal apresenta-se como familiar em torno de 15%, incluindo a polipose adenomatosa familiar e o câncer colorretal não-poliposo hereditário.  Pelo menos 50% dos indivíduos nas populações ocidentais desenvolvem tumor colorretal, seja benigno ou não.

A PAF é um síndrome autossômica dominante , causa por mutações herdadas no gene APC. Ela predispõe ao câncer, possuindo uma prevalência de 2-3 em cada 100.000 e contribui para menos de 1 % do câncer de cólon.

Patogenia

            O APC é uma proteína que regula a adesão celular, a transcrição, o citoesqueleto microtubular, a migração célula e apoptose. Ela merece destaque por formar complexo com a beta-catemina, impedindo que essa atue na transcrição celular e consequente aumento da proliferação celular.

Ambos os alelos do gene APC devem estar inativos para a formação do adenoma. A perda de função no segundo alelo, geralmente, ocorre por perda de heterozigose, mas pode ocorrer também por mutação intragênica e inativação de transcrição.

         A perda da APC funcional resulta em altos níveis de beta-catenina livre, o que ativa a expressão gênica.  Isso implica a formação de grupos displásicos dentro das cripatas intestinais. Vale ressaltar que essas células inicialmente displásicas não são cancerosas e devem adiquirir outras mutações somáticas para progredir malignamente.

        Essa progressão é caracterizada pela instabilidade genética, com alterações específicas, como a ativação de de oncogenes K-Ras ou N-Ras, inativação de supressor tumoral TP53 e metilação levando ao silenciamento transcricional. À medida que as células acumulam mutações se tornam cada vez mais  neoplásicas até chegar ao nível de carcinomas invasivos e metastáticos.

Aspectos Clínicos

            A FAP é caracterizada pelo aparecimento de centenas a milhares de pólipos adenomatosos colônicos.  Eles costumam aparecer entre os 7 e 40 anos de idade e rapidamente aumentam em número.

           Quando não tratados, até 7% dos pacientes desenvolver câncer colorretal em torno dos 21 anos de idade, 87% nos 45 anos e 93% nos 50 anos.

            Muitos estudos da tumorigênese colorretal esporática identificam dietas ricas em gorduras como fator de risco. Assim, dado o mecanismo comum da tumorigênese, a dieta provavelmente também desempenha papel na FAP.

 

Tratamento

            Após o desenvolvimento de pólipos, o tratamento definido é a colectomia total com anastomose ileoanal.

            A vigilância recomendada é a colonoscopia a cada 1 ou 2 anos, a partir dos 10 anos.

 

Fonte: Thompson & Thompson – Genética Médica- 7ª Edição