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Doença de Charcot-Marie-Tooth Tipo 1 A
23/03/2015
Publicado por: Marjorie Jales

Doença de Charcot-Marie-Tooth Tipo 1 A
Autora: Marjorie Azevedo Jales

Etiologia e Incidência

Neuropatias motoras e sensoriais crônicas hereditárias. Por definição é uma neuropatia desmielinizante autossômica dominante.

Prevalência de 15 em 100.000 e é geneticamente heterogênea.

Patogenia

             A CMT1 é causada pelo aumento da dosagem de PMP22 secundário à duplicação desse gene no cromossomo 17.

            A PMP22 é uma glicoproteína que integra a membrana. Ela é encontrada no sistema nervoso periférico na mielina compacta, mas não na não-compacta.

            A dosagem aumentada de PMP22 surge da duplicação da banda p11.2 em tandem no cromossomo 17. O desalinhamento desses elementos repetidos pode levar a um crossing-over desigual na meiose e à formação de cromátides com depleção e duplicação.

            Vale ressaltar que a expressão exacerbada de PMP22 resulta em incapacidade de formar e manter mielina compacta. Logo, a fraqueza e atrofia musculares são consequências da degeneração axonal.

Risco de Herança

            Como a CMT1A é caracterizada como autossômica dominante, cada filho de um genitor afetado tem 50% de chance de desenvolver a doença;

Fenótipo

            A Doença de Charcot-Marie-Tooth Tipo 1 A tem penetrância quase completa, apesar da gravidade, início e progressão delas tenha muita variação entre famílias.

            Os sintomas da doença, em geral, surgem nas primeiras duas décadas; o inicio depois dos 30 anos é raro. Apresenta-se com início insidioso de fraqueza e atrofia de progressão lenta dos músculos distais da perna e deterioração sensorial leve. Essa fraqueza nos pés leva, então, a anomalias na marcha, pé caído e a deformidade no pé, havendo perda de equilíbrio.

Tratamento

            É focado no controle sintomático, pois atualmente não existe terapia curativa para CMT1. Geralmente segue três estágios:

1.     Exercícios de musculação e de alongamento para manter o modo de andar e a funcionalidade;

2.     Uso de órteses e talas e adaptação especiais;

3.     Cirurgias ortopédicas;
 

Fonte: NUSSBAUM, Robert L; MCILNNES, Roderick R.; WILLARD, Huntington F,; Genética Médica Thompson & Thompson, 7ª edição. Editora Elsevier – Rio de Janeiro, 2008.