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Microalbuminúria
27/08/2014
Publicado por: Lara de Holanda Jucá Silveira

Microalbuminúria

Autor(a): Lara de Holanda Jucá Silveira.

1)   Considerações:

A microalbuminúria é muito utilizada como teste prático para a detecção de doenças, tanto na prática clínica e no campo científico, por refletir danos renais. A proporção de albumina/ creatina (ACR) na urina varia com a idade, sexo e etnia, aumentando com a idade e sendo maior em mulheres do que em homens. Exercício físico, febre e postura podem aumentar a excreção urinária de albumina.

Alterações sistêmicas podem provocar dano e disfunções ao rim e coração. Condições de inflamação crônica, como a diabetes mellitus, podem afetar ambos os órgãos. A albuminúria é amplamente usada para a medição da função renal, por ser a proteína mais abundante na urina em casos de dano renal. A mensuração de albumin-to-creatinine ratio (ACR) na primeira excreção urinária matinal é altamente recomendável para a monitorização da função renal em pacientes com diabetes mellitus (tipo 2) para doença renal crônica. Logo, a detecção precoce dessa doença através da medição de microalbuminúria é de grande importância.  A Diretriz de Prática Clínica para a Avaliação e Conduta da Doença Renal Crônica de 2012 da KDIGO (The Kidney Disease: Improving Global Outcomes) propôs que a albuminúria seja usada como um biomarcador adicional para a classificação dos estágios de doenças renais crônicas.

As unidades de mensuração e os valores nas taxas de corte são variados (p.e. mg albumina/ g creatinina ou mg albumina/mmol de creatinina). A albuminúria normal geralmente é definida como 30 mcg albumina/ mg de creatinina. Altos níveis de albuminúria variam de 30-300 mcg de albumina/ mg de creatinina. Muito altos níveis de albuminúria são dados como > que 300 mcg de albumina/ mg de creatinina. As diretrizes da Fundação Internacional de Diabetes e do Instituto Nacional de Excelência Clínica recomendam ACR limitado a 2.5 mg/mmol em homens e 3.5 mg/mmol em mulheres.

2)   Medição:

A albuminúria é determinada através de teste de turbidimetric, nephlometric e immunometric ensaios em diagnósticos de laboratório, com limites de detecção entre 2- 10 mg/ L. Calorimetric teste strips or dipstick tests para a proteinúria possuem um limite de detecção por volta de 150 mg/L e são incapazes de detectar baixos níveis de albumina na urina. Entretanto, teste de rastreio qualitativo e semi-quantitativo desenvolvidas possuem um limite de detecção entre 20-50 mg/L. A variação na ACR urinária entre indivíduos é de aproximadamente 30%, e é menor na primeira urina matinal, quando comparada com amostra colhida aleatoriamente.


3) Doenças Cardiovasculares:

A albuminúria não reflete somente dano glomerular, mas também marca a disfunção endotelial generalizada, refletindo a interação entre o sistema cardiovascular e renal. Maiores taxas de mortalidade, de doenças cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais estão associadas a maiores níveis de albuminúria. A albuminúria maior ou igual a 30 mg/ g de creatinina é considerada um biomarcador contínuo para problemas cardiovasculares. A redução na albuminúria tem sido proposta como tratamento, devido a possível redução de inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Referências:

Article:Biomarkers in cardiorenal syndromes. Tan K1, Sethi SK2.

Article: Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease: Synopsis of the Kidney Disease: Improving Global Outcomes 2012 Clinical Practice Guideline. Paul E. Stevens, MBBS, BSc; Adeera Levin, MD, BSc, for the Kidney Disease: Improving Global Outcomes Chronic Kidney Disease Guideline Development Work Group Members*.