Regra geral para nomenclatura
A nomeação dos tumores baseia-se na sua histogênese e histopatologia. Para os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo "oma" (tumor) ao termo que designa o tecido que os originou.
Exemplos:
tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma;
tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma;
tumor benigno do tecido glandular – adenoma.
Quanto aos tumores malignos, é necessário considerar a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor. Quando sua origem for dos tecidos de revestimento externo e interno, os tumores são denominados carcinomas. Quando o epitélio de origem for glandular, passam a ser chamados de adenocarcinomas. Já os tumores malignos originários dos tecidos conjuntivos ou mesenquimais será feito o acréscimo de "sarcoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido. Por sua vez, os tumores de origem nas células blásticas, que ocorrem mais freqüentemente na infância, têm o sufixo "blastoma" acrescentado ao vocábulo que corresponde ao tecido original.
Exemplos:
Carcinoma basocelular de face – tumor maligno da pele;
Adenocarcinoma de ovário – tumor maligno do epitélio do ovário;
Condrossarcoma - tumor maligno do tecido cartilaginoso;
Lipossarcoma - tumor maligno do tecido gorduroso;
Leiomiossarcoma - tumor maligno do tecido muscular liso;
Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem;
Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem.
Exceções
Código Internacioal de Doenças
Tentando uniformizar a nomenclatura tumoral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem lançado, em vários idiomas, edições da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Por ela, é possível classificar os tumores por localização (topografia) e nomenclatura (morfologia), dentro de códigos de letras e números, sendo usada por especialistas em todo o mundo. Os procedimentos oncológicos da APAC correlacionam-se com tumores classificados pelos códigos de C00 a C97 e D37 a D48, embora não obrigatoriamente todos os incluídos entre esses intervalos.
Resumo da Origem e Nomenclatura dos Tumores
Origem |
Benigno |
Maligno |
A - Tecido epitelial |
Revestimento |
papiloma |
carcinoma |
Glandular |
adenoma |
adenocarcinoma |
B - Tecido conjuntivo |
Fibroso |
fibroma |
fibrossarcoma |
Mixóide |
mixoma |
mixossarcoma |
Adiposo |
lipoma |
lipossarcoma |
Cartilagem |
condroma |
condrossarcoma |
Vasos sangüíneos |
hemangioma |
hemangiossarcoma |
Glômus |
glomangioma |
- |
Pericitos |
hemangiopericitom |
h. maligno |
Vasos linfáticos |
linfangioma |
linfangiossarcoma |
Mesotélio |
- |
mesotelioma maligno |
Meninge |
meningioma |
meningioma maligno |
C - Tecido Hemolinfopoético |
Mielóide |
- |
leucemia |
Linfóide |
- |
leucemia, linfomas, plasmocitoma/mieloma |
Células de Langerhans |
- |
histiocitose X |
D - Tecido Muscular |
Liso |
leiomioma |
leiomiossarcoma |
Estriado |
rabdomioma |
rabdomiossarcoma |
E - Tecido Nervoso |
Neuroblasto ou neurônio |
ganglioneuroma |
glanglioneuroblastoma neuroblastoma simpaticogonioma |
Células gliais |
- |
gliomas |
Nervos periféricos |
neurilemoma |
neurilemoma |
Neuroepitélio |
- |
ependimoma |
F - Melanócitos |
- |
melanoma |
G - Trofoblasto |
mola hidatiforme (corioma) |
coriocarcinoma |
H - Células Embrionárias Totipotentes |
teratoma maduro (cisto dermóide) |
teratoma imaturo (maligno) |
Fonte: Manual de Bases Técnicas APAC/ONCO, disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/decas/neoplas.mansia.htm