Esôfago de Barret
Anna Beatriz Perdigão Cordeiro
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O esôfago de Barret (EB) é uma condição caracterizada por substituição do epitélio escamoso por epitélio colunar intestinal no esôfago, o que se denomina metaplasia intestinal. Esse quadro geralmente ocorre após uma longa história de Doença do Refluxo Gastroesofágico, com inflamação e ulceração da mucosa esofágica.
Os sintomas, em geral são os mesmos dos da DRGE e 6 a 20% dos pacientes podem ser assintomáticos.
Segundo Campos et al. as variáveis que se relacionaram ao diagnóstico de Esôfago de Barret foram:
· Sintomas de DRGE há mais de 5 anos
· Episódios de refluxo ácido com duração superior a 5 minutos
· Alteração do tônus do esfíncter inferior do esôfago
· Hérnia hiatal maior que 4cm
· Alterações na motilidade esofageana
· Sexo masculino
Pode ser diagnosticado em qualquer idade, mesmo em crianças, sendo mais comum entre a sexta e a sétima décadas de vida, predominantemente no sexo masculino.
O diagnóstico é feito através da endoscopia, que demonstra a presença de área com coloração de "salmão" ou "vermelho-róseo", cuja biópsia apresenta epitélio colunar com metaplasia intestinal.
As metas do tratamento são o controle dos sintomas, a manutenção da mucosa cicatrizada e o controle do refluxo.
Não há tratamento eficaz para a regressão da metaplasia intestinal atualmente. Para o controle clínico, faz-se a prescrição de IBP (inibidor de bomba de prótons) em dose dupla.
A grande importância do EB é que ele é uma condição predisponente ao adenocarcinoma esofágico. Não há como prevenir a evolução para a malignização, portanto os pacientes precisam ser atentamente acompanhados.
Quando há displasia de alto grau confirmada ou adenocarcinoma, deve-se optar pelo tratamento cirúrgico (esofagectomia).
Referências bibliográficas:
Gastroenterologia e Hepatologia - José Milton de Castro Lima
Bases patológicas das doenças - Robbins e Cotran - 8ª edição