Condutas em rebaixamento do nível de consciência
Autor: Luis Fernando Johnston Costa
Definição
As alterações do nível de consciência também são conhecidas como sonolência, letargia, obnubilação, torpor e coma. As principais diferenças entre esses variados estados neurológicos são:
As alterações no nível de consciência constituem emergência médica, portanto a abordagem deve ser focada e objetiva, começando sempre pelo CAB (Circulation - circulação , Airways - proteção de vias aéreas, Breathing - respiração ). Após a estabilização do paciente, deve-se fazer um rápido exame físico geral seguido pelo exame neurológico.
CAB
Verificar se as vias aéreas estão desobstruídas; checar se a respiração está fornecendo oxigenação adequada (ofertar oxigênio suplementar nos casos de hipoxemia ou estabelecer via aérea e assistência ventilatória se o Glasgow for menor do que 9); aferir a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Exame físico geral
Procurar por sinais de trauma. Hematomas perioculares bilaterais (sinal do Guaxinim) são sugestivos de fratura de base do crânio. Se houver suspeita de trauma, o coluna cervical deve ser imobilizada até a realização de exames de imagem (tomografia e/ou ressonância da região cervical). Marcas de agulha sugerem uso de drogas ilícitas. Petéquias ocorrem em meningites e na coagulação intravascular disseminada. Rigidez de nuca é observada nos casos de meningite e hemorragia subaracnoíde.
História clínica
Instalações súbitas, de segundos a minutos, sugerem eventos vasculares como acidentes vasculares encefálicos isquêmicos ou hemorrágicos, traumas ou intoxicações. Instalações subagudas e crônicas ocorrem nos casos de processos expansivos, infecções e distúrbios metabólicos. Uso de anticoagulantes pode sugerir sangramento encefálico. Uso de drogas antiepiléticas podem sugerir estado de mal epiléptico ou intoxicação pelas drogas. Questionar quanto a ocorrência de trauma. História de doença psiquiátrica ou depressão são alertas para a possibilidade de intoxicação exógena. Queixa de cefaleia e febre sugerem meningoencefalites. Nos casos de cefaleia súbita deve-se investigar hemorragia subaracnoíde, e cefaleia subaguda e crônica sugerem processos expansivos.
Obter um acesso venoso calibroso. Checar a glicemia capilar o mais rápido possível.
Exame físico geral
Procurar por sinais de trauma. Hematomas perioculares bilaterais (sinal do Guaxinim) são sugestivos de fratura de base do crânio). Marcas de agulha sugerem uso de drogas ilícitas. Petéquias ocorrem em meningites e na coagulação intravascular disseminada. Rigidez de nuca é observada nos casos de meningite e hemorragia subaracnoíde.
Nível de consciência
Determinar a intensidade do estímulo necessário para obter uma resposta, e qualificar a resposta obtida, através de estímulos verbais seguido de estímulo doloroso caso o paciente não apresente resposta a voz.
Resposta ocular |
Resposta verbal |
Resposta motora |
Pontuação |
Sem abertura ocular |
Sem resposta verbal |
Sem resposta motora ao estímulo doloroso |
1 |
Abertura ocular ao estímulo doloroso |
Sons incompreensíveis |
Apresenta extensão ao estímulo doloroso |
2 |
Abertura ocular ao estímulo verbal |
Palavras inapropriadas |
Apresenta flexão ao estímulo doloroso |
3 |
Abertura ocular espontânea |
Desorientado |
Apresenta retirada ao estímulo doloroso |
4 |
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Orientado |
Localiza o estímulo doloroso |
5 |
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Obedece comandos |
6 |
Padrão respiratório
Irregularidades neste padrão podem ajudar a localizar a topografia da lesão encefálica. As alterações mais frequentes do padrão ventilatório são: respiração de Cheyne-Stokes, hiperventilação, respiração apnéustica, respiração atáxica e síndrome de Ondine.
Tamanho e reatividade das pupilas
Apresentam grande valor localizatório. É a parte do exame físico mais importante para diferenciar causa metabólica da estrutural do coma. A aferência desse reflexo é via nervo óptico (II nervo craniano), e a eferência, via nervo oculomotor (III nervo craniano).
Motricidade ocular e respostas óculo-vestibulares
Ao examinar o paciente, primeiro deve-se observar a posição primária do olhar, com atenção para desvio do olhar conjugado, estrabismo, desalinhamento vertical do olhar, nistagmo ou movimentação oculares espontâneas. Caso o paciente atenda a comandos, testar a movimentação ocular solicitando que olhe para cima, para baixo e para cada um dos lados.
Resposta motora
Exames complementares
Orientações de retorno ao pronto-atendimento
Fonte:
João Kleber de Almeida Gentile, Hebert Santos Himuro, Salomón Soriano Ordinola Rojas, Viviane Cordeiro Veiga, Luis Enrique Campodonico Amaya, Júlio César de Carvalho - Managements in patients with traumatic brain injury;
Pitta, José Cássio do Nascimento - Diagnóstico e conduta dos estados confusionais
Machado A. - Neuroanatomia Funcional
Protocolos de clínica médica http://www.2gse.cbmerj.rj.gov.br/documentos/Protocolo%20UPAs%2024h/Cap_2.pdf