Tópicos

< Voltar

Doenças exantemáticas infecciosas na infância
16/02/2014
Publicado por: Sarah Gomes Diógenes

1-      Sarampo

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, contudo a vacinação mudou um pouco a história dessa condição e a transmissão endêmica do vírus já foi interrompida em vários países, inclusive no Brasil.

- Agente etiológico: paramixovirus

- Transmissão: contato com secreções nasofaríngeas ou aerossol e pode ocorrer mesmo sem o contato face a face entre o suscetível e o doente. O período de transmissão do sarampo ocorre de 3 dias antes até 4 – 6 dias após o início do exantema.

- Clínica: A clínica do sarampo é separa em 03 fases: fase prodrômica, fase exantemática e fase de convalescença. Na fase prodrômica encontramos febre, conjuntivite com fotofobia, tosse e manchas de koplik (sinal que é patognomonico nessa doença). Já na fase exantemática encontramos um exantema morbiliforme (pele em sã de permeio) com progressão craniocaudal. E, por fim, na fase de convalescença encontramos a descamação furfurácea e tosse (último sintoma a desaparecer).

- Complicações: pneumonia e otite média aguda, diarreia, vômitos, apendicite, convulsões, encefalite.

- Tratamento: hidratação adequada, uso de antipiréticos (acetamifeno e dipirona), suporte ventilatório nos casos graves. Antibioticoterapia não é recomendada.

- Prevenção: A profilaxia pré-exposição: vacinação. A profilaxia pós exposição: vacinação de bloqueio em até 72 horas ou imunoglobulina em até seis dias quando a vacina está contra-indicada (gestantes suscetíveis, imunodeprimidos e menores de seis meses).

 

2-      Rubéola

A rubéola é uma doença exantemática que costuma ter uma evolução benigna na infância. A grande preocupação em relação a essa infecção está relacionada a Síndrome da Rubéola Congenita (SRC).

- Agente etiológico: Rubivírus

- Transmissão: a transmissão ocorre pelas secreções nasofaríngeas dos infectados. A maior transmissibilidade ocorre no período de cinco dias antes a seis dias depois do aparecimento do exantema.

- Clínica: Na fase prodrômica da rubéola podemos destacar a linfadenomegalia. As principais cadeias acometidas são suboccipital, retroauricular e cervical posterior. Na fase exantemática encontramos o exantema maculopapular róseo com progressão craniocaudal. O sinal de Forschheimer também pode ser encontrado (lesões puntifomes rosadas no palato mole).

- Complicações: atrite, trombocitopenia, complicações neurológicas e SRC.

- Tratamento: São usados apenas analgésicos e antipiréticos para o controle da artralgia e da febre.

- Prevenção: podemos evitar a rubéola através da vacina pré-exposição. Pos-vacinal: podemos utilizar a mesma vacina (tríplice viral) até 72 horas da exposição. As gestantes expostas não podem receber a vacina.

 

3-      Eritema Infeccioso

Também conhecido como quinta doença, o eritema infeccioso é uma infecção comum e tem distribuição mundial.

- Agente etiológico: Parvovirus B19.

- Transmissão: a transmissão ocorre por gotículas de saliva e secreções nasofaringeas. O vírus é eliminado entre 7 e 11 dias após a infecção inicial. Devemos ter em mente que quando ocorre o aparecimento de exantema o paciente não elimina mais o vírus não necessitando ficar em isolamento.

- Clínica: O eritema infeccioso tem três fases do exantema. A primeira fase é chamada de fase esbofeteada (nessa fase há um eritema mala bilateral semelhante a asa de borboleta, podendo acompanhar uma palidez peribucal), na segunda fase há um exantema rendilhado ou reticulado que desaparecem sem descamação que aparecem 1-4 dias após a primeira fase e ocorrem principalmente em tronco e extremidades proximais poupando a região palmo-plantar. Na terceira fase o exantema recidiva quando o paciente se expõe ao sol, calor, exercício e tem de 1 a 3 semanas de duração.

 - Complicações: artropatia, crise aplásica transitória

- Tratamento: Não há qualquer tratamento especifico pois o quadro é autolimitado e leva à imunidade duradoura.

- Prevenção: Não há medidas especificas. Crianças com eritema infeccioso podem ir para a escola sem restrições, pois já não eliminam mais o vírus.

 

4-      Exantema Súbito

É uma doença exantemática também conhecida como roséola. Nem todos os casos de infecção primaria pelo HHV-6 ou7 irão levar ao quadro de exantema súbito. A maior parte das infecções até é sintomática, mas podemos ter apenas uma doença febril inespecífica.

- Agente etiológico: Herpesvirus humano 6 ou 7

 - Transmissão: a transmissão ocorre através do contato com gotículas de saliva do hospedeiro saudável.

- Clínica: Essa doença acomete principalmente lactentes e é dividida em duas fases: a fase prodrômica (quando ocorre febre alta que desaparece subitamente após 72 horas, irritabilidade, hiperemia faríngea, hiperemia conjuntival) e fase exantemática (aparecimento de exantema maculopapular que inicia no tronco e pescoço após o desaparecimento da febre).

 - Complicações: complicações febris.

- Tratamento: Não há necessidade de qualquer tratamento para os quadros de exantema súbito, apenas o uso de antipiréticos para a febre.

5- Varicela

Essa doença é popularmente conhecida como catapora e costuma ter um curso benigno e autolimitado na infância.

- Agente etiológico: virus varicela zoster (VVZ)

- Transmissão: a transmissão da varicela ocorre atraves de aerossol de saliva e contato com a secreção da vesícula. O periodo de transmissão vai de dois dias antes do exantema aparecer até todas as lesões tornarem-se crostas.

- Clínica: A varicela é diagnóstica pela exantema vesicular de distribuição centrípeta com lesões em varias fases evolutivas, o que chamamos de polimorfismo regional. As lesões são bastante pruriginosas.

- Complicações: Infecções bacterianas cutaneas nas lesões, pneumonia e alterações neurológicas como meningoencefalite.

- Tratamento: utilizar sintomáticos (exceto o acido acetil salicílico).

- Prevenção: A principal profilaxia pre-exposição é a vacinação e evitar o contato com os paciente. Já aprofilaxia pós-exposição pode ser a vacinação (em até 5 dias) ou a imunoglobulina humana antivaricela-zoster em ate 96 horas.

 

6 – Enterovírus não-polio

Existem varios virus pertencentes a esse genero que podem causar doença exantamentica, sendo uma das principais a doença Mão-Pé-Boca, a qual nos focaremos. A doença Mão-Pé-Boca é a sindrome mais distinta e peculiar de todas as infecções por enterovirus.

- Agente etiológico: Coxsackie A16.

- Transmissão: pode ocorrer por via oral-fecal ou por via respiratória.

- Clínica: Normalmente a doença é branda sem febre ou com febre baixa. Alem disso apresentam lesões vesiculares e ulceradas nacavidade oral, lesões nas mãos, pés e nádegas.

- Tratamento: o tratamento deve ser realizado por medidas de suporte.

- Prevenção: Adoção de medidas de hiegene seria o principal método de prevenção.

 

7- Escarlatina

Nessa doença temos a associação entre um infecção estreptocócica do trato superior ou um infecção cutanea mais raramente e um exantema característico.

- Agente causador: Streptococcus pyogenes (esptreptococos beta-hemolítico do grupo A)

- Transmissão: A transmissão ocorre pelo contato com gotículas de saliva ou secreção nasal da pessoa infectada.

- Clínica: Ocorre um quadro de faringite estreptocícica associado a exantema micropapular conhecido como pele em lixa e que apresenta sinais clássicos: sinal de Filatov (apresenta hiperemia malar e palidez peribucal) e sinal de Pastia (exarcebação do exantema em dobras, como a axilar, inguinal e pregas cubital). Ocorre descamação lamelar do exantema após alguns dias. Paciente apresenta também lingua em framboesa.

- Tratamento: o tratamento é realizado com penicilina. Para pacientes alergicos a penicilina podemos prescrever cealosporina.

 

 

Bibliografia: Pediatria Básica – Vol II – Pediatria clínica geral.  Marcondes, Eduardo. Editora sarvier.