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Gastrite
17/04/2014
Publicado por: Beatriz Perdigão

GASTRITE

Anna Beatriz Perdigão Cordeiro

A gastrite é um quadro de inflamação aguda ou crônica da mucosa gástrica.

A gastrite aguda representa um processo inflamatório agudo da mucosa, de natureza transitória. Apresenta um infiltrado de neutrófilos na mucosa e é causada por algum agente que possa provocar estresse no estômago, como:

·         anti-inflamatórios não esteroidais (ex: aspirina e ibuprofeno, também chamados de AINEs) que inibem a enzima ciclo-oxigenase responsável pela síntese de prostaglandinas, que protegem a mucosa através da estimulação da secreção de muco e da renovação celular;

·         álcool;

·         fumo;

·         certas infecções virais ou bacterianas;

·         cirurgias estomacais (gastrectomia parcial).

 

 

Na gastrite crônica a mucosa apresenta linfócitos/plasmócitos, além de apresentar metaplasia e atrofia (ambos podem gerar, a longo prazo, um carcinoma). Ela é causada principalmente pelo H. pylori ou doença autoimune. Os sintomas, mais evidentes na forma aguda da doença, são dor abdominal alta, náuseas, vômitos (hematêmese e melena podem ocorrer em certos casos). A forma assintomática da doença não é rara.

O diagnóstico é feito principalmente por meio de endoscopia com biópsia estomacal. O tratamento da doença pode ser feito com medicamentos antiácidos, entretanto essa terapia caiu em desuso. Atualmente, são mais utilizados antagonistas dos receptores H2 de histamina (cimetidina e ranitidina) ou inibidores da bomba de prótons (omeprazol e pantoprazol). O último grupo de fármacos é mais eficaz na inibição da produção ácida já que bloqueiam irreversivelmente a bomba Na+K+ATPase, necessária na etapa final da produção do HCl; ao passo que os bloqueadores de H2 impedem a produção ácida nessa via: células G produzem gastrina -> a gastrina estimula células ECS a liberar histamina -> esta vai se ligar a receptores H2 nas células parietais -> ativando a secreção de prótons. Esses fármacos, no entanto, não impedem a estimulação direta da célula parietal por acetilcolina e até pela própria gastrina. O tratamento também inclui mudança nos hábitos alimentares. No caso de infecção por H. pylori, é necessário combinar um fármaco IBP com o uso de dois antibióticos (amoxicilina, claritromicina). Fatores emocionais podem gerar o quadro de dispepsia funcional, conhecido popularmente como gastrite nervosa.

Fonte:

Bases Patológicas das Doenças - Robbins & Cotran - 7ª edição

Farmacologia Básica e Clínica – Katzung – 10ª. Edição – Lange.