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Massas tumorais em pediatria
02/08/2013
Publicado por: Sarah Gomes Diógenes

Em relação às massas tumorais, deve-se avaliar o tempo de início dos sinais, a ocorrência de febre, a ocorrência de dores, a recusa alimentar, os vômitos, a diarreia e a obstipação. Na palpação, deve-se analisar a localização do tumor (retroperitoneal ou intraperitoneal) e a consistência (sólida ou cística). Deve-se investigar se o tumor ultrapassa a linha média e se é doloroso.

·         Neuroblastoma

É o tumor sólido mais frequente em crianças (faixa etária de 2 anos). Os tumores neuroblásticos, incluindo-se o neuroblastoma, o ganglioneuroblastoma e o ganglioneuroma, são tumores originários da placa neural primitiva que produzem as células de medula adrenal e as de gânglios simpático de todo o corpo. Quanto menor a criança melhor o prognóstico. No entanto, crianças maiores de 1 ano de idade apresentam mau prognóstico.

- Quadro Clínico: massa dura, indolor, de superfície irregular. Pode apresentar nódulos subcutâneos azulados no período neonatal, em pacientes com tumores m estádio 4S. Os sinais e sintomas são: dor, protusão ocular, equimoses orbitárias, dores ósseas, vômitos, desnutrição, entre outros.

- Diagnóstico: US abdominal, raio X de tórax e de esqueleto ( para mostrar tumor primário ou metástases ), tomografia axial computadorizada ( apresenta calcificação de massa suprarrenal – para diferenciar do Tumor de Wilms ), cintilografia óssea com 99Tecnécio ( mais sensível para detecção de metástase óssea ), cintilografia com 131E-metaiodobenzilguanida (visualização da medula adrenal e de feocromocitoma, é bem preciso para massas tumorais). Realização de mielograma e biopsia para estadiamento.

- Diagnóstico diferencial: tumor de Willms

- Tratamento: em crianças menores de 1 ano receber um tratamento menos agressivo do que crianças maiores.  Nos casos em que os estudos de imagem não são capazes de mostrar a existência de tumor residuais, a ressecção cirúrgica  exerce papel importante. Em casos de transplante de medula, cirugias citorredutoras não melhorar o prognostico, deixando como alternativa a quimioterapia.


·         Tumor de Willms

O Tumor de Willms é também chamado de nefroblastoma. É o tumor primário renal mais frequente em crianças. Acometem crianças maiores (média de 5 anos) que a neuroblastoma, acometendo ambos os sexos na mesma frequência. Podem estar associado a aniridia, malformações geniturinárias, hemi-hipertrofia, entre outros. Pode aparecer com  síndromes paraneoplásicas ou com doença de von Willebrand.

-Sintomatologia: a maioria não apresenta sintomas, podendo apresentar hipertensão. À palpação, apresenta uma  massa abdominal com superfície lisa e regular sem ultrapassar a linha mediana do abdome. Quando aparecem sintomas, eles podem ser: dor abdominal, febre, anemia, anorexia, vômitos, hematúria, hipertensão artérial, hematúria, ascite, ICC.

- Diagnóstico: US ( revela se o tumor é renal ou extrarrenal, sólido ou cístico, unilateral ou bilateral, se há trombo ou não e se tem metástase hepática ou não). Raio X de tórax para detectar metástase pulmonar.

- Tratamento: nefrectomia radical (se unilateral). A biopsia pré-operatória é contra-indicada. Os esquemas de quimioterapia variam com a estratificação de risco do paciente, que leva em conta o estádio da doença e a histologia do tumor. As drogas que servem como base para o tratamento são a actinomicina e a vincristina, sendo que outras drogas, como a doxorrubicina e a ciclofosfamida são associadas em pacientes de maior risco.


·         Tumores de células germinativas

São tumores raros e representam 1% dos canceres diagnosticados em crianças menores que 15 anos. Se as crianças tiverem menos que quatro anos a maioria é extragonadal, se as crianças tiverem mais que quatro anos ocorrem com maior frequência no ovário ou no testículo.

Os tumores podem ser sólidos, císticos, mistos, benignos (80%) ou malignos. Os tumores do seio endodérmico e os carcinomas embrionários são do tipo histológico de tumores de células germinativas e provocam aumento de alfafetoproteina (AFP). Nos cariocarcinomas e no germinoma ocorre um aumento da beta da gonadotrofina (b-hCG). Em casos de hepatoblastoma e hepatocarcinoma ocorre aumento de b-hCG e de AFP.

- Tratamento: ressecção completa do tumor e ressecção do cóccix. Os tumores malignos requerem quimioterapia adjuvante.

 

Referência:  

- Doenças Cirúrgicas da Criança e do Adolescente – Coleção Pediatria do Instituto da Criança FMUSP. Uenis Tannuri. Editora: Manole, 2010