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Tratamento farmacológico da hipertensão arterial
11/11/2012
Publicado por: administrador

 

Texto de Caio Mayrink
 
 
Tratamento farmacológico da hipertensão arterial

 
Controle normal da Pressão Arterial
 
O aumento da pressão arterial sobre os barorreceptores carotídeos inibe a ação simpática. Quando essa pressão cai, ocorre descarga adrenérgica, aumentando frequência cardíaca (FC) e promovendo vasoconstrição periférica, causando aumento de pré-carga (aumento do retorno venoso) e de pós-carga (aumento da resistência periférica). Esse é o controle fino, imediato e contínuo da pressão.
 
A diminuição da perfusão renal estimula a produção de renina pelas células da mácula densa. Renina converte angiotensinogênio em angiotensina I e esta é convertida em angiotensina II pela Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). Angiotensina II tem ação vasoconstritora sobre arteríolas pré-capilares e estimula a produção de aldosterona pelo córtex adrenal. A aldosterona promove retenção hidrossalina (aumento da volemia).
 
 
Diuréticos
 
Diversas classes de diuréticos são usadas no tratamento da hipertensão. Todos buscam diminuir a volemia. São exemplos de diuréticos: 
 
 
 
Simpaticolíticos de ação central

O fármaco é convertido a α-metildopamina ou α-metilnorepinefrina. A α-metilnorepinefrina é armazenada nos neurônios adrenérgicos no lugar da norepinefrina. Nos neurônios periféricos, a metildopa não apresenta atividade anti-hipertensiva, mas nos neurônios adrenérgicos centrais, sim.

É um agonista parcial α-adrenérgico. Tem sua ação principalmente nos α-receptores do bulbo. Inicialmente causa aumento do tônus simpático (hipertensão e taquicardia), mas sua ação torna-se, em seguida, estimuladora de hipotensão e bradicardia.
 
 
Agentes bloqueadores ganglionares
Praticamente não são mais utilizados devido aos seus efeitos adversos decorrentes de suas propriedades farmacológicas. Esses fármacos são antagonistas competitivos dos receptores nicotínicos , tanto de gânglios simpáticos quanto parassimpáticos.
 
 
Bloqueadores dos neurônios adrenérgicos
 
A guanetidina é transportada para os nervos pelo mesmo mecanismo de recaptação da noradrenalina na fenda sináptica. Elas são captadas e armazenadas em vesículas; entretanto, não oferecem atividade adrenérgica, causando hipotensão e bradicardia.
A reserpina inibe recaptação e armazenamento de aminas tanto em neurônios periféricos quanto centrais.
 
 
Betabloqueadores
 
Fármacos como o propanolol funcionam como antagonistas dos adrenorrepetores β – no caso do propanolol, não há seletividade. O propanolol age perifericamente, diminuindo a vasoconstrição simpática e age também nos rins, inibindo a síntese de renina.
 
 
Alfa-1-bloqueadores
 
A prazosina tem ação anti-hipertensiva principalmente pela vasodilatação de vasos de resistência (arteríolas) e de capacitância (vênulas).
 
 
Vasodilatadores
 
Dilata arteríolas, mas não as veias.
Causa abertura dos canais de potássio das células do músculo liso, diminuindo a contratilidade. Dilata apenas arteríolas.
Promove liberação de óxido nítrico (NO), com ativação da enzima guanilatociclase, promovendo aumento de GMP cíclico intracelular, o que ocasiona relaxamento da musculatura vascular (arteriolar e venosa).
Assim como o minoxidil, estabiliza o potencial de repouso por abertura dos canais de cálcio.
É um agonista dopaminérgico; promove dilatação das arteríolas periféricas e natriurese (diminuição da volemia).
Têm efeito vasodilatador e depressor da bomba cardíaca, além de serem antianginosos e antiarrítmicos, devido à diminuição do cálcio intracelular dos miócitos. 
 
 
Inibidores da ECA
 
O captopril inibe a ação da ECA, enzima responsável pela conversão de angiotensina I em angiotensina IIe pela degradação da bradicinina. A angiotensina II tem efeito vasoconstritor e estimula a secreção de aldosterona pelas suprarrenais, um hormônio que promove retenção hidrossalina. A bradicinina é um importante vasodilatadores associado à liberação de NO e produção de prostaglandinas. 
 
 
Bloqueadores dos receptores AT1 de angiotensina II
 
A losartana é um fármaco bloqueador de angiotensina II. Ele tem efeito mais seletivo do que o captopril, uma vez que inibe exclusivamente os receptores de Ang. II e tendo em vista que a ECA não é a única enzima produtora de angiotensina II. Como efeitos adversos, tanto do captopril como da losartana, há a tosse seca e o angioedema.
 
 
 
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''Bibliografia:''
 
''Farmacologia Básica e Clínica – Katzung – 10ª. Edição – Lange''