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Tecido Nervoso
23/07/2013
Publicado por: Beatriz Ximenes Braz

 Tecido Nervoso

Autor: Beatriz Ximenes Braz 


O sistema nervoso é divido, anatomicamente, em sistema nervoso central (SNC), composto por:  encéfalo, constituintes neurais do sistema fotorreceptor e medula espinha, e sistema nervoso periférico (SNP), composto por nervos e gânglios nervosos.

Os dois principais componentes do tecido nervoso, em geral, são os neurônios e as células da glia.

Componentes: Neurônios

Neurônios são células altamente especializadas e excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras usando modificações do potencial de membrana. São responsáveis pela recepção, pela transmissão e pelo processamento de estímulos. Eles apresentam três componentes.

·         Dendritos

 Recebem os estímulos. Os dendritos são capazes de se ramificar, diminuindo seu diâmetro e aumentando a superfície celular. Existem neles pequenas projeções, as espinhas ou gêmulas, as quais possuem a membrana pós- sináptica. Essas gêmulas são dinâmicas e relacionam-se com à formação de sinapses, responsáveis pela adaptação, pela memória e pelo aprendizado.

·         Corpo celular

Centro trófico da célula, apresentando, também, função receptora e integradora de estímulos. Na maioria dos casos é esférico. É nele que se encontra o núcleo, com nucléolo evidente, e os corpúsculos de Nissl, grumos basófilos vistos à microscopia óptica devido à concentração de ribossomos e de retículos endoplasmáticos rugosos.

·         Axônio

 São prolongamentos únicos, na maioria dos casos, longos, chegando a um metro de comprimento. Especializados na condução de impulsos nervosos, transmitindo, então, as informações para outras células. Possui grande quantidade de mitocôndrias.

Classificação

Quanto à morfologia:

São os mais comuns, possuem mais de dois prolongamentos celulares.

 Possuem um dendrito e um axônio e são encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória.

Possuem apenas um prolongamento, que se divide em dois. Pode ser encontrado nos gânglios espinhais e nos gânglios cranianos.

Quanto à função:

Controlam os órgãos efetores, tais como, fibras musculares e glândulas.

Responsáveis por captar estímulos externos ao corpo.

Capazes de estabelecer conexões entre outros neurônios.

Potenciais de membrana

O potencial de repouso da membrana do neurônio é -65mV, com o interior negativo em relação ao exterior. Tal potencial deve-se a diferença de concentração de íons entre o meio extracelular e o meio intracelular. Quando há estimulo no neurônio, ocorre a abertura de canais iônicos e origina o potencial de ação que se propaga ao longo do axônio.

Comunicação sináptica

A sinapse é responsável em transformar o impulso nervoso em um sinal químico que atuará na célula pós- sináptica. Ela ocorre na seguinte sequência:

Inicialmente, a despolarização da membrana pré-sináptica induz a abertura dos canais de cálcio voltagem-dependentes, promovendo o influxo de cálcio. O aumento da concentração de íons cálcio no meio intracelular promove a exocitose das vesículas sinápticas contendo neurotransmissores, os quais caem na fenda sináptica e reagem com os receptores da membrana pós-sinaptica. Caso essa reação cause a despolarização da membrana pós-sináptica, a sinapse será excitatória. Caso cause a hiperpolarização da membrana pós-sináptica, a sinapse será inibitória.

 

 

Componentes: Células da glia

São diversos tipos celulares presentes no sistema nervoso que estão presentes em maior abundância que os neurônios.

 

Astrócitos

Células de forma estrelada que tem função de sustentação dos neurônios e participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios, podendo influenciar na atividade dos neurônios. Prolongamentos do citoplasma desse tipo de célula são responsáveis por formar a barreira hematoencefálica.

Oligodendrócitos

Células responsáveis pela produção da bainha de mielina dos axônios no sistema nervoso central.

Células de Schwann

Células responsáveis pela produção da bainha de mielina dos axônios no sistema nervoso periférico

Células ependimárias

Células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais, possuem cílios e ajudam na movimentação do líquido cefalorraquidiano.

Microglia

Células pequenas e alongadas

Organização do tecido no Sistema Nervoso Central

Cérebro

A substância cinzenta, formada por corpos celulares, dendritos, porção inicial não mielizada dos axônios e células da glia, situa-se externamente e constitui o córtex cerebral.

Já a substância branca, formada por axônios mielinizados, oligodendrócitos e células da glia, sem possuir corpos de neurônios, predomina nas partes centrais. Na substância branca, encontram-se grupos de neurônios, formando regiões de substância cinzenta, os núcleos.

Cerebelo

O mesmo acontece no cerebelo, a substância cinzenta, formada por corpos celulares, dendritos, porção inicial não mielizada dos axônios e células da glia, situa-se externamente e constitui o córtex cerebral.

Já a substância branca, formada por axônios mielinizados, oligodendrócitos e células da glia, sem possuir corpos de neurônios, predomina nas partes centrais. . Na substância branca, encontram-se grupos de neurônios, formando regiões de substância cinzenta, os núcleos.

O córtex cerebelar é dividido em três camadas.

·         A camada molecular, formada por árvores dendriticas;

·         A camada de Purkinje, formada pelas células de purkinje;

·         A camada granulosa, formada pelos menores neurônios do corpo.

Medula

Em cortes transversais, a substância branca se encontra externamente e a cinzenta internamente, na forma da letra H. No centro do H, existe um orifício, o canal central da medula, revestido pelas células ependimárias.

As células ependimárias são cilíndricas e, em alguns trechos, ciliadas, para facilitar a fluidez do líquido cefalorraquidiano que percorre tal canal.

Fonte:

Machado, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2000.

Junqueira,Luiz C.;Carneiro, José.Histologia Básica.11ª Edição.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.