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Acalasia
02/07/2013
Publicado por: Joana Thaynara Torres Viana

Acalasia

 

- o músculo liso do esôfago é afetado

- há dificuldade no relaxamento do EEI (esfíncter esofagiano inferior) após a deglutição e perda progressiva de peristalse

- etiologia desconhecida, mas observam-se: atrofia, desintegração e ausência de células ganglionares do plexo mioentérico de Auerbach

- destruição principalmente dos neurônios intramurais inibitórios que contem VIP e óxido nítrico sintetase

- pode ser idiopática (comum nos EUA) e secundária a doenças como a de Chagas (comum no Brasil), linfoma, carcinoma gástrico infiltrando o esôfago e algumas infecções virais e distúrbios neurodegenerativos.

- homens mais acometidos no megaesôfago chagásico

- pico de idade: 30 – 60 anos.

 

Quadro Clínico

1.     Disfagia

2.     Regurgitação

3.     Perda de peso

1: - mais na fase inicial, para líquidos e sólidos (não-seletiva)

2: - espontânea após as refeições e durante o sono

    - pode provocar aspiração → pneumonite →  abscesso pulmonar, asma, bronquiectasia, hemoptise

 


Exame Físico

- Idiopático

- Hipertrofia das parótidas e desnutrição chagásico → sinal de Romaña

 

Exames Complementares

*”bico de pássaro”

 

Classificação

1.    Radiológica

Grau I: dilatação até 4cm/ pequena retenção de contraste 5 min pós-deglutição

Grau II: dil. 5-7cm diâmetro transverso/ estase 30min pós-deglutição do contraste

Grau III: dil. 7-10cm diam. transv./ megaesôfago dólico/ estase 30min pós-deg. contr.

Grau IV: dilatação > 10cm de diâmetro transverso

 

2.    Manométrica: Megaesôfago (Não-avançado e Avançado)

Grupo I: trânsito lento/pequena retenção de contraste

Grupo II: ↑calibre esôfago leve a moderado/franca retenção de contraste

Grupo III: ↑↑↑diâmetro esôfago/↓atividade motora/↑retenção de contraste/ terço distal hipotônico

Grupo IV: megaesôfago dólico, com grande capacidade de retenção, evidência de atonia, apresentando-se alongado e dobrado sobre a cúpula diafragmática.

                  

Diagnóstico Diferencial

-  Esofagite de retenção grave

-  Estenose esofágica distal secundária a DRGE

-  Divertículo esofágico

-  Carcinoma próximo ou na JEG

-  Esclerodermia

-  Espasmo Esofagiano Difuso

 

Tratamento

a)    Clínico

- ↓pressão no EEI, facilitando a deglutição

- Indicados nos estágios iniciais da acalasia; precedem o tratamento cirúrgico.

 

b)   Endoscópico

-          ↓pressão no EEI, pois inibe a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas do plexo nervoso de Auerbach

-          Breve duração (máximo 9 meses)

-          Com  ↑frequência de aplicações: pode causar fibrose (dificulta o tratamento cirúrgico posterior)

-          Indicado para pacientes sem condições clínicas para a cirurgia

 

-          ↓pressão no EEI em cerca de 60%

-          Recidiva de disfagia em 50% -> repetição do procedimento

-          Introdução de balões hidrostáticos ou pneumáticos no EEI

-          Sondas de diâmetros crescentes/3-4 sessões de dilatação

-          Complicações: perfuração da cardia; esofagite de refluxo (30%)

 

c)    Cirúrgico

-          Videolaparoscopia

-          Adequado para tratamento de megaesôfago não-avançado (graus I, II, III)

-          Via laparoscópica

-          Padrão-ouro no tratamento do megaesôfago avançado (graus III e IV)

-          Alta morbimortalidade

Desenvolvimento de carcinoma esofágico

Episódios repetitivos de pneumonia por aspiração e traqueobronquite

 

 

Bibliografia: Fundamentos da Cirurgia Digestiva. Francisco Sérgio Pinheiro Regadas, José Huygens Parente Garcia e Lusmar Vera Rodrigues [organizadores]. - Fortaleza: Edições UFC, 2010.