Acalasia
- o músculo liso do esôfago é afetado
- há dificuldade no relaxamento do EEI (esfíncter esofagiano inferior) após a deglutição e perda progressiva de peristalse
- etiologia desconhecida, mas observam-se: atrofia, desintegração e ausência de células ganglionares do plexo mioentérico de Auerbach
- destruição principalmente dos neurônios intramurais inibitórios que contem VIP e óxido nítrico sintetase
- pode ser idiopática (comum nos EUA) e secundária a doenças como a de Chagas (comum no Brasil), linfoma, carcinoma gástrico infiltrando o esôfago e algumas infecções virais e distúrbios neurodegenerativos.
- homens mais acometidos no megaesôfago chagásico
- pico de idade: 30 – 60 anos.
Quadro Clínico
1. Disfagia
2. Regurgitação
3. Perda de peso
1: - mais na fase inicial, para líquidos e sólidos (não-seletiva)
2: - espontânea após as refeições e durante o sono
- pode provocar aspiração → pneumonite → abscesso pulmonar, asma, bronquiectasia, hemoptise
Exame Físico
- Idiopático
- Hipertrofia das parótidas e desnutrição chagásico → sinal de Romaña
Exames Complementares
*”bico de pássaro”
Classificação
1. Radiológica
Grau I: dilatação até 4cm/ pequena retenção de contraste 5 min pós-deglutição
Grau II: dil. 5-7cm diâmetro transverso/ estase 30min pós-deglutição do contraste
Grau III: dil. 7-10cm diam. transv./ megaesôfago dólico/ estase 30min pós-deg. contr.
Grau IV: dilatação > 10cm de diâmetro transverso
2. Manométrica: Megaesôfago (Não-avançado e Avançado)
Grupo I: trânsito lento/pequena retenção de contraste
Grupo II: ↑calibre esôfago leve a moderado/franca retenção de contraste
Grupo III: ↑↑↑diâmetro esôfago/↓atividade motora/↑retenção de contraste/ terço distal hipotônico
Grupo IV: megaesôfago dólico, com grande capacidade de retenção, evidência de atonia, apresentando-se alongado e dobrado sobre a cúpula diafragmática.
Diagnóstico Diferencial
- Esofagite de retenção grave
- Estenose esofágica distal secundária a DRGE
- Divertículo esofágico
- Carcinoma próximo ou na JEG
- Esclerodermia
- Espasmo Esofagiano Difuso
Tratamento
a) Clínico
- ↓pressão no EEI, facilitando a deglutição
- Indicados nos estágios iniciais da acalasia; precedem o tratamento cirúrgico.
b) Endoscópico
- ↓pressão no EEI, pois inibe a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas do plexo nervoso de Auerbach
- Breve duração (máximo 9 meses)
- Com ↑frequência de aplicações: pode causar fibrose (dificulta o tratamento cirúrgico posterior)
- Indicado para pacientes sem condições clínicas para a cirurgia
- ↓pressão no EEI em cerca de 60%
- Recidiva de disfagia em 50% -> repetição do procedimento
- Introdução de balões hidrostáticos ou pneumáticos no EEI
- Sondas de diâmetros crescentes/3-4 sessões de dilatação
- Complicações: perfuração da cardia; esofagite de refluxo (30%)
c) Cirúrgico
- Videolaparoscopia
- Adequado para tratamento de megaesôfago não-avançado (graus I, II, III)
- Via laparoscópica
- Padrão-ouro no tratamento do megaesôfago avançado (graus III e IV)
- Alta morbimortalidade
Desenvolvimento de carcinoma esofágico
Episódios repetitivos de pneumonia por aspiração e traqueobronquite
Bibliografia: Fundamentos da Cirurgia Digestiva. Francisco Sérgio Pinheiro Regadas, José Huygens Parente Garcia e Lusmar Vera Rodrigues [organizadores]. - Fortaleza: Edições UFC, 2010.