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Nutrição Enteral
02/07/2013
Publicado por: Caio Mayrink

 Nutrição Enteral

Autor: Caio Mayrink

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O objetivo da nutrição enteral é minimizar a perda de peso dos primeiros dias de vida, proporcionar ganho de peso de 14 a 16g/kg/dia após a recuperação do peso do nascimento e evitar o extremo baixo peso no termo.

O objetivo ideal seria manter a velocidade de crescimento fetal em um ambiente extra-uterino, mas isso é uma proposta irreal.

 

Prematuridade

As necessidades nutricionais de recém-nascidos pré-termo são superiores às fetais (ambos com a mesma idade pós-conceptual). Para acompanhar as necessidades nutricionais, o leite materno pré-termo apresenta maior valor emergético, maior teor protéico e maior concentração de sódio.

Os bebês prematuros mantem medidas antropométricas inferiores à medida populacional até alcançarem a idade escolar ou até a adolescência. A má nutrição no período neonatal, responsável por perdas no desenvolvimento neuropsicomotor, resulta em prejudícios das funções cognitivo-comportamentais.

 

Trato Gastrointestinal (TGI) prematuro

Desenvolvimento do TGI:

O tempo de trânsito intestinal e o esvaziamento gástrico no pré-termo são mais longos. Dieta fracionada em pequenos volumes e em intervalos de 3/3h ou 2/2h com polímeros de carboidratos e lipídeos de cadeia média acelerar estes processos.

 

Quando iniciar dieta enteral?

 

A nutrição enteral está indicada quando existe impossibilidade de via oral (ex: RN < 34 semanas sem a coordenação sucção-deglutição-respiração) ou quando esta não atende as necessidades nutricionais do paciente. O início precoce da dieta enteral no desmame da parenteral apresenta benefícios como menor tempo de hospitalização, menor risco de atrofia da mucosa intestinal, etc. A oferta de pequenos volume por via enteral associada à NPT (nutrição parenteral) e chamada de nutrição enteral mínima.

São contra-indicações para inicio precoce da via enteral:

A alimentação enteral deve ser iniciada quando a criança estiver em bom estado hemodinâmico, com peristalse (ruídos hidroaéreos presentes, resíduo gástrico < 20ml e com aspecto normal, ausência de distensão abdominal) e com freqüência respiratória entre 60 e 80 irpm.

Inicia-se a dieta através de sonda orogástrica com 10-20ml/kg/dia, em bomba de infusão contínua (BIC) ou por gavagem, com leite materno, enriquecido se necessário. Na ausência de leite materno, fazer leite humano pasteurizado (banco de leite materno) ou fórmula neonatal. No recém-nascido, não está indicada a sonda nasogástrica, devido à obstrução da via respiratória, uma vez que os RNs respiram exclusivamente pelas narinas. Os estudos mostram superioridade no uso de gavagem à BIC.

Admite-se a necessidade de suplementação/manipulação do leite materno em prematuros com peso inferior a 1500/1000g devido ao risco de deficit nutricional.

 

O melhor aporte nutricional será sempre aquele mais parecido com o fisiológico. Dessa forma, a parenteral deve ser convertida à enteral logo que possível e a enteral, à oral também.

São contra-indicações à dieta oral com leite materno em livre demanda:

 

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Bibliografia: Atenção à Saúde do Recém-nascido. Guia para profissionais de saúde. Vol 4. Ministério da saúde. Brasília, DF, 2011.