Autor: Raimundo Luiz da Silveira Neto
Patogenia
O câncer colorretal geralmente surge a partir de um pólipo. O pólipo é qualquer lesão que se projeta para a luz do intestino.
Os pólipos podem ser neoplásicos ou não-neoplásicos (não sofrem alterações malginas). Os pólipos neoplásicos podem ser benignos (adenoma) ou malignos (adenocarcinoma). Os pólipos não neoplásicos podem ser hiperplásicos, inflamatórios ou hamartomas. Existem pólipos chamados serrilhados, a qual abriga tanto tecido neoplásico benigno (tecido adenomatoso) como tecido não-neoplásico (hiperplásicos).
Quanto a morfologia, podem se apresentar como sésseis ou pedinculado. Histopatologicamente podem ser dividios em: Tubular, Viloso e Tubuloviloso.
Fatores de risco
§ A dieta rica em calorias, gordura de origem animal, carobidratos refinados está associada com desenvolvimento de câncer colorretal. A dieta rica em fibras parece exercer um efeito protetor, assim como de alimentos ricos em cálcio e ácido fólico. Por essa razão a incidência de câncer de cólon é maior nos países industrializados.
§ O tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas aumenta levemente o risco de câncer colorretal
§ Doenças como a PAF (polipose Adenomatosa Familiar) têm altíssimo risco de desenvolvimento de câncer de cólon. Todos os pacientes com PAF terão câncer até os 40 anos.
§ Outras doenças genéticas como A HNPCC (Câncer Colorretal hereditário não-polipose)
§ A retoculite ulcerativa e a Doença de Chron aumentam os riscos, principalmente nas formas de pancolite.
Rastreamento
1) Como se pode fazer o rastreamento?
Existem 4 estratégias aceitáveis de rastreamento para o câncer colorretal
§ Pesquisa de Sangue Oculto anualmente
§ Colonoscopia a cada 10 anos
§ Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos
§ Pesquisa de Sangue oculto anualmente + Sigmoidoscopia a cada 5 anos.
2) Quando iniciar o rastreamento?
1. População geral: A partir dos 50 anos.
2. Pacientes com parente de primeiro grau com câncer = A partir dos 40 anos ou 10 anos antes de o parente de primeiro grau ter desenvolvido câncer.
3) Qual a periodicidade da realização da periodicidade da realização da colonoscopia APÓS INICIAR O rastreamento?
O rastreamento do câncer colorretal deve ser realizado a depender do risco de desenvolver câncer.
Quantificação do Risco |
Quem são? |
Tempo para realizar a colonoscopia |
Baixo Risco |
§ População geral com mais de 50 anos |
A cada 10 anos |
Moderado Risco |
§ Pacientes com História Familiar de câncer colorretal § Pacientes que já tiveram câncer colorretal § Pacientes que tiveram pólipo adenomatoso |
A cada 3 anos |
Alto Risco |
§ Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal § HNPCC § PAF § Colite actínica por radioterapia prévia |
A cada 1 ano |
Estadiamento
T 1 |
Limitado à submucosa |
T 1 |
Limitado à submucosa |
T 2 |
Limitada à muscular pópria |
T 3 |
Extensão à subserosa e gordura pericólica ou perirretal |
T 4 |
Extensão além da serosa para órgãos adjacentes |
N 1 |
linfonodos regionais não acometidos |
N 2 |
acometimento de > ou = 4 linfonodos regionais |
M 0 |
sem metástases à distância |
M 1 |
metástases à distância |
Estágio I |
T1 e T2 |
Estágio IIA |
T3 |
Estágio IIB |
T4 |
Estágio IIIA |
T1 e T2 - N1 |
Estágio IIIB |
T3 e T4 - N1 |
Estágio IIIC |
N2 |
Estágio IV |
M1 |
Estágio A |
Limitado à submucosa |
Estágio B1 |
Limitado à muscular própria |
Estágio B2 |
Limitada à subserosa e gordura pericólica/periretal |
Estágio B3 |
Invasão de órgãos adjacentes |
Estágio C1 |
B1 + Linfonodos regionais acometidos |
Estágio C2 |
B2 + Linfonodos regionais acometidos |
Estágio C3 |
B3 + Linfonodos regionais acometidos |
Estágio D |
M1 |
Fonte:
Harrison - Medicina Interna - 15ª edição
Projeto Diretrizes - Diagnóstico, Estadiamento e Tratamento Cirúrgico e Multidisciplinar do Câncer Colorretal - Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Gastroenterologia e Hepatologia: sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento - Milton de Castro Lima