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Câncer Colorretal
07/05/2013
Publicado por: Caio Mayrink

 

Autor: Raimundo Luiz da Silveira Neto

 

Patogenia

O câncer colorretal geralmente surge a partir de um pólipo. O pólipo é qualquer lesão que se projeta para a luz do intestino.

Os pólipos podem ser neoplásicos ou não-neoplásicos (não sofrem alterações malginas). Os pólipos neoplásicos podem ser benignos (adenoma) ou malignos (adenocarcinoma). Os pólipos não neoplásicos podem ser hiperplásicos, inflamatórios ou hamartomas. Existem pólipos chamados serrilhados, a qual abriga tanto tecido neoplásico benigno (tecido adenomatoso) como tecido não-neoplásico (hiperplásicos).

Quanto a morfologia, podem se apresentar como sésseis ou pedinculado. Histopatologicamente podem ser dividios em: Tubular, Viloso e Tubuloviloso.

 

Fatores de risco

§  A dieta rica em calorias, gordura de origem animal, carobidratos refinados está associada com desenvolvimento de câncer colorretal. A dieta rica em fibras parece exercer um efeito protetor, assim como de alimentos ricos em cálcio e ácido fólico. Por essa razão a incidência de câncer de cólon é maior nos países industrializados.

§  O tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas aumenta levemente o risco de câncer colorretal

§  Doenças como a PAF (polipose Adenomatosa Familiar) têm altíssimo risco de desenvolvimento de câncer de cólon. Todos os pacientes com PAF terão câncer até os 40 anos.

§  Outras doenças genéticas como A HNPCC (Câncer Colorretal hereditário não-polipose)

§  A retoculite ulcerativa e a Doença de Chron aumentam os riscos, principalmente nas formas de pancolite.

 

Rastreamento

1) Como se pode fazer o rastreamento?

Existem 4 estratégias aceitáveis de rastreamento para o câncer colorretal

§  Pesquisa de Sangue Oculto anualmente

§  Colonoscopia a cada 10 anos

§  Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos

§  Pesquisa de Sangue oculto anualmente + Sigmoidoscopia a cada 5 anos.

2) Quando iniciar o rastreamento?

1.    População geral: A partir dos 50 anos.

2.    Pacientes com parente de primeiro grau com câncer = A partir dos 40 anos ou 10 anos antes de o parente de primeiro grau ter desenvolvido câncer.


3) Qual a periodicidade da realização da periodicidade da realização da colonoscopia APÓS INICIAR O rastreamento?

O rastreamento do câncer colorretal deve ser realizado a depender do risco de desenvolver câncer.

Quantificação do Risco

Quem são?

Tempo para realizar a colonoscopia

Baixo Risco

§  População geral com mais de 50 anos

A cada 10 anos

Moderado Risco

§  Pacientes com História Familiar de câncer colorretal

§  Pacientes que já tiveram câncer colorretal

§  Pacientes que tiveram pólipo adenomatoso

A cada 3 anos

Alto Risco

§  Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal

§  HNPCC

§  PAF

§  Colite actínica por radioterapia prévia

A cada 1 ano

 

 

Estadiamento

Estadiamento TNM

T 1

Limitado à submucosa

T 1

Limitado à submucosa

T 2

Limitada à muscular pópria

T 3

Extensão à subserosa e gordura pericólica ou perirretal

T 4

Extensão além da serosa para órgãos adjacentes

N 1

linfonodos regionais não acometidos

N 2

acometimento de > ou = 4 linfonodos regionais

M 0

sem metástases à distância

M 1

metástases à distância

 

 

Estágio I

T1 e T2

Estágio IIA

T3

Estágio IIB

T4

Estágio IIIA

T1 e T2 - N1

Estágio IIIB

T3 e T4 - N1

Estágio IIIC

N2

Estágio IV

M1

 

Estadiamento de Dukes modificado

Estágio A

Limitado à submucosa

Estágio B1

Limitado à muscular própria

Estágio B2

Limitada à subserosa e gordura pericólica/periretal

Estágio B3

Invasão de órgãos adjacentes

Estágio C1

B1 + Linfonodos regionais acometidos

Estágio C2

B2 + Linfonodos regionais acometidos

Estágio C3

B3 + Linfonodos regionais acometidos

Estágio D

M1

 

 

Fonte:

Harrison - Medicina Interna - 15ª edição

Projeto Diretrizes - Diagnóstico, Estadiamento e Tratamento Cirúrgico e Multidisciplinar do Câncer Colorretal - Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Gastroenterologia e Hepatologia: sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento - Milton de Castro Lima