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Seminoma testicular
06/05/2013
Publicado por: Diego A. H. Ortega dos Santos

 

O seminoma é um tumor de células germinativas que se apresenta no testículo (geralmente a exceção é seu surgimento no mediastino) que inclui única e exclusivamente células seminomatosas – a presença de qualquer outro elemento ainda que não prevalente muda o diagnóstico para outra classe de tumor: teratomas, tumores embrionários, coriocarcinomas etc. Outro critério diagnóstico importante envolve a ausência de alfa-fetoproteína sérica.

Tumores de células germinativas são neoplasias raras, afetando 3,7 brancos e 0,9 negros em cada 10000 habitantes nos Estados Unidos – de forma que observamos também a incidência aumentada na etnia branca. Não obstante ganha importância por ser a neoplasia mais prevalente em homens entre 15 e 35 anos. Destes, o seminoma puro corresponde a mais de um terço dos diagnósticos, ressaltando sua importância.

A apresentação típica dá-se através de um nódulo testicular indolor notado há semanas ou meses pelo paciente – não raro, entretanto, há atraso nesse apontamento por falta de exame do paciente, falta de exame do médico ou suposição errônea de estar lidando com trauma testicular ou outra condição símile. Outro motivo para o atraso diagnóstico seria a impalpabilidade do tumor por conta de uma hidrocele; esta, quando presente, deve ser contornada com o uso de ultrassonografia. Um último auxílio diagnóstico seria a alteração da contagem de esperma, geralmente revelando alterações tais como sub-fertilidade.

As apresentações atípicas incluem dor testicular e hidrocele importante, ou presença de metástases (felizmente apenas 15% do total no momento do diagnóstico) com lesões retroperitoneais ou torácicas.

Uma ótima característica é a sua altíssima taxa de cura. Para todos os estágios (incluindo o de pacientes metastáticos) a taxa de cura completa com quimio e/ou radioterapia é de pelo menos 90%, existindo ainda a opção de tratamento cirúrgico. Ainda assim é de bom tom e juízo acompanhar o paciente para avaliar recidivas.

 

O seminoma não-testicular, isto é, o mediastinal, corresponde a apenas 7% do total de seminomas. Ainda assim ele merece menção pela possibilidade de apresentar-se com um quadro clínico rico: de caráter compressivo e bem localizado, o tumor pode causar dispnéia, dor, febre, perda de peso, adenopatia mediastinal, síndrome da veia cava superior e achados em exames de imagem.

 


 

 

Fonte: Medscape, Michael B Williams, MD MS,  Assistant Professor, Department of Urology, Eastern Virginia Medical School et al