Texto por Joana Thaynara Torres Viana
Insuficiência Cardíaca Esquerda
Seus efeitos morfológicos e clínicos resultam principalmente da:
- congestão da circulação pulmonar
- estase do sangue nas câmaras esquerdas
- hipoperfusão dos tecidos
É provocada por:
1. Cardiopatia Isquêmica
2. Hipertensão
3. Doença Valvular Aórtica e Mitral
4. Doenças Miocárdicas
Morfologia
Coração:
- o VE geralmente está hipertrofiado e frequentemente dilatado
- miócitos hipertrofiados / fibrose intersticial
- dilatação do AE -> maior risco de fibrilação atrial
- estase (apêndice atrial -> formação de trombo)
Pulmões:
1. Edema perivascular e intersticial, particularmente no septo interlobular, que é responsável pelas linhas B características de Kerley nos raios X.
2. Alargamento edematoso progressivo dos septos alveolares.
3. Acúmulo de líquido edematoso nos espaços alveolares
Sintomas
- tosse e dispneia, inicialmente com exercício e depois no repouso -> iniciais
- ortopnéia e dispneia paroxística noturna -> piora do edema pulmonar
- azotemia pré-renal
- encefalopatia hipóxica: irritabilidade, diminuição da atenção e inquietude
Insuficiência Cardíaca Direita
Comumente provocada pela insuficiência cardíaca esquerda.
“Cor Pulmonale”: comumente associado a doenças parenquimais do pulmão, mas também pode surgir de modo secundário a desordens que afetam a vascularização pulmonar, ou que simplesmente produzem hipóxia, com sua associada vasoconstricção pulmonar.
Caraterística comum: hipertensão pulmonar -> hipertrofia e dilatação do lado direito do coração.
Morfologia
Coração: hipertrofia e dilatação do AD e do VD
Fígado e Sistema Portal:
- esplenomegalia congestiva
- hepatomegalia congestiva (“fígado em noz moscada”)
*Quando a ICC esquerda também está presente, a intensa hipóxia central produz necrose centrolobular
*Na ICC direita de longa duração, as áreas centrais podem tornar-se fibróticas, originando a chamada “esclerose cardíaca” e, em casos extremos, “cirrose cardíaca”.
Espaços Pleural, Pericárdico e Peritoneal: a congestão sistêmica venosa pode levar ao acúmulo de fluido nesses espaços -> derrames / ascite (obs: grandes DP – atelectasia do pulmão).
Tecidos Subcutâneos: edema periférico das partes mais inferiores do corpo (pedioso e pré-tibial); acamados (edema pré-sacral); anasarca.
Características Clínicas
Hepatoesplenomegalia
Edema periférico
Derrames pleurais e ascites
*Órgãos mais afetados: rim (edema periférico e azotemis mais pronunciada) e cérebro.
Terapia padrão para ICC
- diuréticos
- inibidores da enzima de conversão da angiotensina: bloqueiam o eixo renina-angiotensina-aldosterona
- bloqueadores B1-adrenérgicos
Bibliografia:
Robbins & Cotran, Bases Patológicas das Doenças, 8ed