Texto de Adriana Façanha
A Febre Reumática (FR) é uma doença reumatológica com repercussões sistêmicas das mais importantes no nosso meio, tanto pela incidência elevada ( países desenvolvidos: 0,5 casos/100.000 crianças em idade escolar x 100-200 casos/100.00 em países subdesenvolvidos) como pela morbimortalidade das seqüelas da FR, especialmente aquelas relacionadas ao coração. Sua causa já é bem estabelecida: a FR é uma manifestação tardia (2-4 semanas depois) da infecção orofaríngea pelo Streptococcus pyogenes , um estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield. Acredita-se que existe uma reação imunomediada cruzada contra o S. pyogenes, a qual afeta também as fibras miocárdicas(miosina) . Pelos efeitos lesivos dessa reação imune ao coração (principal órgão envolvido na FR cronificada- são envolvidos articulações, tecido subcutâneo,pele e sistema nervoso central), faz-se tão importante a prevenção da FR com o tratamento precoce das infecções bacterianas da orofaringe, apesar de o risco de desenvolvimento de FR em um primeiro episódio de faringoamigdalite girar em torno de 3%. O principal fator de risco para desenvolver FRA é história prévia de FR, haja vista a taxa de recidiva ser de 20%- há um redução na chance de recidivar para 2 % nos casos em que é feita a correta profilaxia da FR com penicilina G benzatina. O quadro clínico da FR é de febre alta, poliartrite migratória e sintomas gerais. A valvulopatia reumática crônica é a causa mais comum de estenose mitral em nosso meio,principalmente em mulheres (2/3 dos casos).
Bibliografia Robbins &Cotran. Ed. Guanabara Koogan – 5ª edição;
