Litíase Biliar
Texto de Bárbara Ximenes Braz
Cálculos Biliares
A bile facilita a absorção entérica de lipídios e vitaminas lipossolúveis. Seus principais componentes são: bilirrubina, sais biliares, fosfolipídeos, colesterol, eletrólitos e proteínas, e os hormônios que estimulam sua secreção são a secretina, a colecistocininca e a gastrina.
O fator predisponente para a formação de cálculos biliares é o desequilíbrio na excreção de sais biliares por condições que afetem a circulação êntero-hepática.
Tipos de Cálculo
1) Pigmentares: são compostos de bilirrubinato de cálcio. Distinguem-se os pretos, que possuem maior relação com cirrose, pancreatite e doenças hemolíticas, e os marrons, que são radiotransparentes.
2) De Colesterol
3) Mistos: tipo mais comum no Brasil.
Fatores de Risco
1) Sexo feminino
2) Obesidade
3) Multiparidade
4) Idade Avançada
5) Estase Biliar
6) Lesão Medular
7) Medicamentos
8) Rápida Perda de Peso
9) Doença de Crohn
10) Ressecções Ileais
11) Fatores que dificultam o esvaziamento vesicular: gravidez, Diabetes Mellitus, Nutrição Parenteral, vagotomia, etc.
Quadro Clínico
Assintomáticos (80%)
A litíase nesses casos é um achado incidental.
Conduta: observação.
Indicação cirúrgica:
1) Vesícula em porcelana,
2) Cálculos maiores do que 3cm em jovens
3) Litíase em pacientes que vão se submeter à imunossupressão
4) Moradores de locais ermos
5) Litíase com anemia falciforme.
Sintomáticos
Quadro de dor abdominal em cólica em epigástrio ou hipocôndrio direito, com momentos de alívio e duração igual ou maior que 30 minutos (Cólica Biliar).
Nas intercrises, surgem sintomas dispépticos inespecíficos relacionados à alimentação copiosa.
Complicações
1) Colecistite Aguda
2) Coledocolitíase
3) Colangite
4) Icterícia Obstrutiva
5) Pancreatite iliar
6) Íleo Biliar
7) Síndrome de Mirizzi
8) Câncer de Vesícula
A colecistite aguda e a coledocolitíase são as complicações mais comuns de litíase biliar.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico associado à ultrassonografia abdominal, que mostra imagens móveis ao decúbito no interior da vesícula, gerando forte sombra acústica.
Também podem ser feitos o colecistograma oral e a TC.
Alterações de exames laboratoriais podem ocorrer, como aumento das transaminases, da fosfatase alcalina, da Gama-GT, das bilirrubinas e da amilase, apesar de serem discretas ou ausentes na litíase crônica.
Tratamento
O tratamento de escolha para a colelitíase sintomática é a Colescistectomia Laparoscópica Eletiva.
Se houver risco cirúrgico ou oposição à cirurgia, podem ser utilizados os solventes de cálculos, como URSO e ácido chenodesoxicólico, em caso de cálculos de colesterol menores que 2cm.
Fonte:
Fundamentos da Cirurgia Digestiva. Regadas, Francisco Sérgio Pinheiro; Garcia, José Huygens Parente; Rodrigues, Lusmar veras.