Neoplasias Hepáticas Benignas
Texto de Bárbara Ximenes Braz
Hemangioma
É o tumor mais comum. Sua prevalência é praticamente igual nos dois sexos, sendo a proporção de 5 mulheres para cada 6 homens, e atinge todas as faixas etárias.
Patologia
Ocorre proliferação de células mesenquimais, formando grandes canais vasculares dilatados.
Quadro clínico
Geralmente, são assintomáticos, mas, quando sintomáticos, cursam com dor em quadrante superior direito do abdome, náuseas e vômitos por compressão gastroduodenal e pode haver massa palpável na região.
Diagnóstico
Feito por exames de imagem.
Tratamento
É feito somente em sintomáticos, por meio de enucleação cirúrgica.
Adenoma Hepatocelular
Maior prevalência no sexo feminino. Seu desenvolvimento tem relação com o uso de anticoncepcionais orais.
Patologia
Origina-se do hepatócito e constitui um tumor encapsulado, pardo-amarelado.
Trata-se de uma condição pré-maligna.
Diagnóstico
A maioria dos pacientes é sintomática e apresenta dor em quadrante superior direito do abdome.
Têm como complicações o crescimento tumoral, a rotura com hemorragia intraperitoneal e a malignização.
Exames de imagem:
Tratamento
Suspensão do ACO.
Ressecção cirúrgica em cunha, com retirada da lesão e de uma pequena parte de parênquima hepático circundante.
Hiperplasia Nodular Focal
É a 2ª neoplasia hepática benigna mais freqüente. Tem maior prevalência no sexo feminino e maior ocorrência na faixa etária entre 20 e 50 anos.
Patologia
São nódulos bem delimitados, mal encapsulados, firmes e de coloração marrom.
Nos exames de imagem, pode-se verificar cicatriz central em forma de estrela de onde partem septos fibrosos que compartimentalizam a lesão.
É importante lembrar que a HNF não se maligniza.
Diagnóstico
São geralmente assintomáticos, mas, quando sintomáticos, cursam com dor em quadrante superior direito do abdome e podem apresentar-se como massa palpável.
Exames de imagem:
Tratamento
O tratamento é conservador. Excetuam-se os casos sintomáticos ou de diagnóstico incerto, em que a ressecção cirúrgica está indicada.
Doença Cística do Fígado
Os cistos hepáticos dividem-se em congênitos (Cisto Simples e Doença Policística Hepática) e neoplásicos (Cistadenoma e Cistadenocarcinoma).
1) Cisto Simples
Maior prevalência no sexo feminino. São lesões uniloculares e geralmente assintomáticas. Quando sintomáticas, cursam com dor em QSD de abdome, plenitude e distensão abdominal.
O cisto simples congênito é resultante de ducto biliar aberrante ou de trauma hepático.
A US mostra lesão anecóica e unilocular.
Tratamento: só deve ser tratado se sintomático, com quadro de dor ou sintomas compressivos. A conduta de escolha é o destelhamento por videolaparoscopia.
2) Doença Policística Hepática
É uma doença de caráter autossômico recessivo, associada à Doença Renal Policística.
A maioria dos pacientes é assintomática e, quando ocorrem sintomas, estes são decorrentes de hepatomegalia, podendo surgir distensão abdominal, dor e icterícia obstrutiva.
Tem como complicações hemorragia, infecção, rotura e hipertensão porta.
3) Cistos Neoplásicos
Têm maior prevalência no sexo feminino, predominando na faixa etária de 50 anos.
Quando grandes as lesões, pode surgir quadro de desconforto abdominal e massa palpável.
US e TC mostram lesões multiloculares. A presença de septos sugere cisto neoplásico, enquanto a presença de material sólido sugere malignidade.
O cistadenoma constitui uma lesão pré-maligna, e seu tratamento é a ressecção completa da lesão.
Fonte:
Fundamentos da Cirurgia Digestiva. Regadas, Francisco Sérgio Pinheiro; Garcia, José Huygens Parente; Rodrigues, Lusmar Veras.