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Neoplasias Hepáticas Benignas
06/02/2013
Publicado por: Bárbara Ximenes Braz

 

Neoplasias Hepáticas Benignas

Texto de Bárbara Ximenes Braz

 

Hemangioma

É o tumor mais comum. Sua prevalência é praticamente igual nos dois sexos, sendo a proporção de 5 mulheres para cada 6 homens, e atinge todas as faixas etárias.

Patologia

Ocorre proliferação de células mesenquimais, formando grandes canais vasculares dilatados.

Quadro clínico

Geralmente, são assintomáticos, mas, quando sintomáticos, cursam com dor em quadrante superior direito do abdome, náuseas e vômitos por compressão gastroduodenal e pode haver massa palpável na região.

Diagnóstico

Feito por exames de imagem.

  1. US: mostra lesão encapsulada e hiperecóica
  2. TC com contraste: mostra lesão com captação periférica precoce de contraste e com progressiva opacificação da periferia para o centro.
  3. RNM: hiposinal em T1 e hipersinal em T2.

Tratamento

É feito somente em sintomáticos, por meio de enucleação cirúrgica.

 

Adenoma Hepatocelular

Maior prevalência no sexo feminino. Seu desenvolvimento tem relação com o uso de anticoncepcionais orais.

Patologia

Origina-se do hepatócito e constitui um  tumor encapsulado, pardo-amarelado.

Trata-se de uma condição pré-maligna.

Diagnóstico

A maioria dos pacientes é sintomática e apresenta dor em quadrante superior direito do abdome.

Têm como complicações o crescimento tumoral, a rotura com hemorragia intraperitoneal e a malignização.

Exames de imagem:

  1. É importante excluir o diagnóstico de Hiperplasia Nodular Focal.
  2. TC multislice mostra áreas de gordura ou hemorragia.
  3. RNM mostra lesão com hipercaptação de contraste na fase arterial.

Tratamento

Suspensão do ACO.

Ressecção cirúrgica em cunha, com retirada da lesão e de uma pequena parte de parênquima hepático circundante.


Hiperplasia Nodular Focal

É a 2ª neoplasia hepática benigna mais freqüente. Tem maior prevalência no sexo feminino e maior ocorrência na faixa etária entre 20 e 50 anos.

Patologia

São nódulos bem delimitados, mal encapsulados, firmes e de coloração marrom.

Nos exames de imagem, pode-se verificar cicatriz central em forma de estrela de onde partem septos fibrosos que compartimentalizam a lesão.

É importante lembrar que a HNF não se maligniza.

Diagnóstico

São geralmente assintomáticos, mas, quando sintomáticos, cursam com dor em quadrante superior direito do abdome e podem apresentar-se como massa palpável.

Exames de imagem:

  1. Por tratar-se de uma lesão isodensa, US e TC podem falhar na sua detecção.
  2. TC pode mostrar uma cicatriz central.
  3. Na angiografia, verifica-se um padrão hipervascular.

Tratamento

O tratamento é conservador. Excetuam-se os casos sintomáticos ou de diagnóstico incerto, em que a ressecção cirúrgica está indicada.


Doença Cística do Fígado

Os cistos hepáticos dividem-se em congênitos (Cisto Simples e Doença Policística Hepática) e neoplásicos (Cistadenoma e Cistadenocarcinoma).

1) Cisto Simples

Maior prevalência no sexo feminino. São lesões uniloculares e geralmente assintomáticas. Quando sintomáticas, cursam com dor em QSD de abdome, plenitude e distensão abdominal.

O cisto simples congênito é resultante de ducto biliar aberrante ou de trauma hepático.

A US  mostra lesão anecóica e unilocular.

Tratamento: só deve ser tratado se sintomático, com quadro de dor ou sintomas compressivos. A conduta de escolha é o destelhamento por videolaparoscopia.


2) Doença Policística Hepática

É uma doença de caráter autossômico recessivo, associada à Doença Renal Policística.

A maioria dos pacientes é assintomática e, quando ocorrem sintomas, estes são decorrentes de hepatomegalia, podendo surgir distensão abdominal, dor e icterícia obstrutiva.

Tem como complicações hemorragia, infecção, rotura e hipertensão porta.


3) Cistos Neoplásicos

Têm maior prevalência no sexo feminino, predominando na faixa etária de 50 anos.

Quando grandes as lesões, pode surgir quadro de desconforto abdominal e massa palpável.

US e TC mostram lesões multiloculares. A presença de septos sugere cisto neoplásico, enquanto a presença de material sólido sugere malignidade.

O cistadenoma constitui uma lesão pré-maligna, e seu tratamento é a ressecção completa da lesão.


Fonte:

Fundamentos da Cirurgia Digestiva. Regadas, Francisco Sérgio Pinheiro; Garcia, José Huygens Parente; Rodrigues, Lusmar Veras.