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Estrongiloidíase
04/01/2013
Publicado por: administrador

Texto de Danni Wanderson Nobre Chagas


Estrongiloidíase


A estrongiloidíase é uma doença parasitária intestinal prevalente, sobretudo em áreas tropicais e subtropicais.

Etiologia

O agente dessa doença é uma fêmea partenogenética da espécie Strongyloides stercoralis.

Modo de Transmissão

Esse organismo, assim como os ancilostomídios, possuem uma fase evolutiva de lava filarióide capaz de penetrar ativamente na pele do hospedeiro humano.

Esse hospedeiro possui ciclos reprodutivos diretos e indiretos, sendo que no segundo não há a fase filarióide, havendo conversão das larvas rabditóides em vermes adultos de vida livre que podem ser lançados ao solo junto com as fezes e realizar reprodução sexuada. No ciclo direto, são lançados ovos de estrongilóides nas fezes provenientes de partenogênese.

Epidemiologia

Essa é uma infecção característica de climas quentes e úmidos. Ela é bastante prevalente, principalmente nas regiões com baixas condições socioeconômicas.

O Brasil, assim como as demais regiões tropicais do globo, é considerada uma região de elevada endemicidade.

Quadro Clínico

O período de incubação varia de 2 a 4 semanas, porém o prazo até o início da apresentação sintomática é variado.

Pode-se observar inicialmente os sinais de penetração da larva manifestando-se como lesões papulares e pruriginosas ou como um quadro urticariforme migratório.

Na maioria das vezes os indivíduos infectados ficam assintométicos e quando há manifestação de sintomas, esses costumam estar relacionados a invasão da mucosa duodenal e jejunal pelos vermes.

O sintoma mais comum é a dor abdominal epigástrica, náuseas, vômitos, meteorismo e diarréia intermitente. Dependendo da diarréia com a ocorrência de uma síndrome desabsortiva.

Como a larva do estrongilóide possui ciclo pulmonar, podem ser observados tosse seca e sibilos. Em alguns casos essas alterações pulmonares podem ser mais acentuadas caracterizando a síndrome de Löffler.

Casos graves ocorrem quando há a hiperinfecção e a estrogiloidíase disseminada. A ancentuação da primeira, que ocorre por baixa da imunidade, pode evoluir para a forma disseminada na qual as larvas filarióides podem atingir diversas partes do organismo levando consigo bactérias e fungos que agravam a infecção.

Diagnóstico

O diagnóstico consiste no achado de larvas rabditóides no parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico através do Baermann-Moraes.

Exames como o estudo radiológico baritado do duodeno podem auxiliar no diagnóstico.

Os testes sorológicos apresentam uma alta sensibilidade e costumam ser utilizados em formas complicadas.

Tratamento

O benzoimidazólico mais tradicional no tratamento da estrongiloidíase é o tiabendazol. Ele é indicado na dose de 25mg/kg de peso por dia durante 5 a 7 dias. A ivermectina em dose única, via oral, 200mcg/kg é, porém, considerada a droga de primeira opção no tratamento da forma não complicada.

No tratamento das formas graves ou disseminadas, a ivermectina também é a primeira opção, mas nesse caso, a dose de 200mcg/kg deve ser utilizada por mais tempo, cerca de 5 ou 7 dias.

Outras drogas como o albendazol e o cambendazol também são utilizadas.


- Cecil Medicine, 23ª Ed., tradução autorizada do inglês da edição publicada por Saunders – um selo Elsevier.
- HARRISON – Medicina Interna 17ª edição: 2006