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Fase Gástrica da Resposta Integrada à Refeição
30/11/2012
Publicado por: João Henrique de Souza Angelotto

Fase Gástrica da Resposta Integrada à Refeição


 

Distribuição Glandular Regional

 

Região Glandular Parietal ou Oxíntica (Fundo Gástrico)

As glândulas nessa região contém: I. No colo e istmo: mais células mucosas e menos células parietais;

              II. Na base: células principais e parietais;

              III. Toda glândula: células ECL (Semelhantes a Cromafins, secretam histamina) e células D (secretam somatostatina).

 

Região Glandular Pilórica (Antro Gástrico)

Contém: células mucosas e células G produtoras de gastrina.

 

Secreção Gástrica

 

Suco gástrico

Constituintes Inorgânicos: depende da intensidade da secreção. Secreção de H+ é um processo energético intenso. H+, K+, Cl+ são os componentes inorgânicos do suco gástrico.

Constituintes Orgânicos: pepsinogênio (pró-enzima inativa da pepsina), fator intrínseco (necessário para a absorçãoo da vitamina B12).

 

Mecanismos celulares

Célula Parietal (Secreção de HCl): há formação de H+ e HCO3- pela anidrase carbônica; HCO3- é trocado na membrana basolateral pelo Cl-; H+ é jogado para o lúmen da glândula através do H+,K+-ATPase, que coloca o K+ para dentro, contra o gradiente de ambos os íons (processo ativo); Cl- passa para o lúmen através de canais iônicos na membrana luminal.

Mucinas são secretadas por células mucosas localizadas no colo das glândulas gástricas e pelas células epiteliais superficiais do estômago.

A secreção de mucina e de HCO3- forma a Barreira Mucosa Gástrica, cuja função é a proteção do epitélio contra enzimas e a secreção ácida do estômago.

 

Regulação da Secreção Gástrica

A secreção de ácido clorídrico pelas células parietais, situadas no fundo das glândulas gástricas, é controlada por sinais endócrinos e nervosos. As células ECL, localizadas na submucosa, controlam a secreção de ácido pela liberação de histamina em resposta à estímulos parassimpáticos do nervo vago. A histamina age nos receptores H2 das células parietais. Além disso, quando alimentos proteicos, como a carne, atingem a região antral, há estimulação das células G e consequente liberação de gastrina, Esse hormônio faz as células ECL liberarem histamina, cuja a ação parácrina sobre as células parietais culmina em mais secreção ácida. A histamina é o agonista mais forte na secreção de H+.

A secreção de pepsinogênio pelas células principais é estimulada pela acetilcolina liberada pelo plexo mioentérico (controle nervoso) e também pelo ácido no estômago.

Há uma inibição por retroalimentação negativa da secreção de HCl mediada por células D. Quando há uma diminuição do pH a partir de um determinado limiar, as células D situadas no antro gástrico tornam-se estimuladas para liberar somatostatina, substância de ação parácrina sobre as células G vizinhas, inibindo a secreção de gastrina, que por sua vez deixa de estimular a secreção de HCl.

 

Digestão no Estômago

 

Ocorre a parte não essencial da digestão dos alimentos na fase gástrica, devido à secreção de amilase e lipase gástricas, que digerem amido e lipídios, respectivamente.

 

Motilidade Gástrica

 

Regiões Funcionais do Estômago

Região proximal (fundo+corpo): produz lentas variações do tônus e está associoado com o armazenamento do alimento ingerido. Sob estimulação de receptores mecânicos e químicos que provocam reflexo vagovagal, diminui-se o tônus e provoca-se o relaxamento dessa região.

Região distal (antro): importante para a mistura do conteúdo gástrico e para a propulsão pelo piloro. O antro é capaz de produzir fortes contrações fásicas.

 

Controle da Motilidade Gástrica

Estímulos mecânicos (distensão da parede) e químicos (produtos da digestão protéica) regulam a função motora gástrica. As vias que regulam esse processo são predominantemente neurais através dos reflexos vagovagais.

A distensão da parede gástrica resulta na inibição da musculatura lisa na porção proximal do estômago e o subsequente reflexo de acomodação, que permite a entrada e o armazenamento do alimento com o mínimo de aumento da pressão intragástrica.

A frequência das contrações fásicas do antro é determinada pelo marcapasso gástrico (células intersticiais de Cajal); no entanto a amplitude das contrações é regulada pela liberação de neurotransmissores pelos neurônios entéricos (reflexos), substância P e acetilcolina, que aumentam a despolarização da musculatura lisa. A maior força das contrações antrais durante a fase gástrica tentará empurrar o conteúdo gástrico em direção ao piloro, sendo que este, nesse fase, passa mais tempo contraído e impede a saída do conteúdo, o que resulta na sua mistura.