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Fases Cefálica, Oral e Esofágica da Resposta Integrada à
30/11/2012
Publicado por: João Henrique de Souza Angelotto

Fases Cefálica, Oral e Esofágica da Resposta Integrada à Refeição


 

A fase cefálica constitui-se de estímulos sensoriais (olfatório, visual, etc) mais o pensamento sobre consumo de comida, que causam aumento do fluxo parassimpático excitatório neural para todo o trato gastrointestinal (TGI). Esse fluxo parassimpático, de modo geral, causa um aumento das secreções salivar, de ácido gástrico, enzimático e pancreático. As respostas aos estímulos prévios melhoram a capacidade do TGI de receber e digerir o alimento que virá.

Na fase oral adiciona-se os estímulos mecânicos e químicos (gustação), que causam também resposta parassimpática, pela presença do alimento na boca. As respostas iniciadas na fase cefálica são idênticas à da fase oral e utilizam a mesma via eferente. Na boca ocorre quebra mecânica do alimento e o início da digestão do alimento pelas enzimas presentes na saliva, como a amilase salivar e a lipase lingual.

Secreção Salivar

A saliva promove a umidificação e a lubrificação do material para a deglutição, a solubilização para o paladar, o início da digestão de carboidratos, a depuração e a neutralização do refluxo das secreções gástricas no esôfago. Além disso, também possui ação antibacteriana.

A saliva é, de modo geral, hipotônica (em relação ao plasma). Possui baixa osmolaridade e alta concentração de íons potássio (K+), além de constituintes orgânicos. A concentração da parte inorgânica da secreção salivar é dependente do estímulo e da intensidade do fluxo salivar. A secreção primária produzida nos ácinos glandulares é isotônica, ou seja, a concentração de íons é muito similar à plasmática. Efluxo de cloreto (Cl-) e bicarbonato (HCO3-) dependente de cálcio (Ca2+) faz com que sódio (Na+) e água sejam “puxados” para fora da célula. Na passagem pelos ductos, a composição iônica da secreção sofre alterações pelo epitélio do ducto. O Na+ é trocado por K+ e outros prótons, sendo que o Cl- é trocado somente pelo HCO3-. Desta forma, a secreção final é formada. Os constituintes orgânicos da saliva, como proteínas e glicoproteínas, são sintetizados, armazenados e secretados pelas células acinares.

A regulação da secreção salivar é exclusivamente neural. É estimulada tanto pela divisão simpática como pela parassimpática do sistema nervoso autônomo, porém o controle fisiológico primário das glândulas é feito pelo sistema parassimpático.

Deglutição

A deglutição marca a passagem da fase oral para a fase esofágica. O reflexo da deglutição inicia-se voluntariamente e depende dos receptores de estiramento na abertura da faringe. Impulsos desses receptores são recebidos por uma área no bulbo denominada Centro da Deglutição. A deglutição tem início quando se empurra a língua contra o palato duro, movendo o bolo alimentar em direção à faringe. Dessa forma, receptores mecânicos são ativados e começa o reflexo da deglutição. A parte involuntária da deglutição é dada pela parte faríngea do reflexo e é dividida nas seguintes etapas:

I.               Palato mole é puxado para cima;

II.              Cordas vocais (glote) se aproximas e laringe é movida para trás e para cima, contra a epiglote;

III.            Abertura (relaxamento) do esfíncter esofágico superior (EES);

IV.            Contração dos músculos constrictores superiores da faringe, forçando o bolo alimentar para o esôfago;

V.             Inicia-se onda peristáltica do esôfago. Após passar pelo EES, há uma contração reflexa do esfíncter.


Bibliografia

KOEPPEN, Bruce M. ; STANTON, Bruce A. - BERNE & LEVI, Fisiologia – 6ª Edição