Texto por Luana Silva Bessa Guimarães
Gestações que ocorrem fora da cavidade endometrial.
A incidência é 1-2%, sendo mais frequente em mulheres com mais de 30 anos. É responsavel por 5-10% das causas de morte relacionada à gravidez.
A fisiopatologia mais aceita é a lentificação ou obstrução do trânsito do ovo para o útero e implantação antecipada.
Fatores de risco |
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Baixo Risco |
Cirurgias abdominais prévias; Uso frequente de duchas vaginais; Tabagismo; Início da atividade sexual com menos de 18 anos; Fertilização in vitro. |
Moderado Risco |
Infecção pélvica prévia; Endometriose pélvica; Múltiplos parceiros sexuais; Infertilidade tratada com indução de ovulação. |
Alto Risco |
Cirurgia prévia sobre a trompa; Exposição ao dietilestilbestrol intra-útero; Uso de DIU; Gestação ectópica prévia; Salpingites e endossalpingites; Alterações anatômicas; Endometriose. |
Prenhez ovariana |
0,5-3% |
Prenhez angular ou cornual |
2-3% |
Prenhez cervical |
0,5% |
Prenhez Abdominal |
1,4% |
Prenhez tubária |
95-98% |
Principal topografia de prenhez ectópica, corresponde a 95-99% dos casos. De início, há sintomas inespecíficos, mas logo pode causar rotura (30%) com hemorragia interna. Caracteriza-se pela tríade:
Refere-se a rotura tubária, que acontece em 30% das gestações tubárias. É mais comum a implantação do saco embrionario no istmo. Há abundante hemorragia intraperitoneal, dor aguda na fossa ilíaca ou hipogastro e pode evoluir para choque hipovolêmico.
Pode haver Sinal de Laffon (dor no ombro por irritação do nervo frênico), Sinal de Cullen e Grey-Turner (equimoses periumbilical e em flancos), Sinal de Blumberg (dor a descompressão brusca do abdome) e Sinal de Proust (dor a palpação do fundo de saco de Douglas).
Outros achados são a dor a movimentação do colo uterino, palpação de massa abdominal, náuseas, lipotímia e sinais de descompensação.
Refere-se a 70% dos casos, em que o dignóstico é anterior a rotura tubária. A implantação do ovo embrionário costuma estar na ampola da trompa acometida.
A perda sanguínea nesse caso decorre da separação parcial do trofoblasto e da placenta.
Se o exame for negativo, afasta-se a hipótese de prenhez ectópica.
Se positivo, há gestação, sendo necessário investigar o local de implantação do embrião. Valores acima de 1500mUI/mL, demontram a possibilidade de visualização do ovo embrionário a USG transvaginal.
Se houver valores de beta-HCG acima de 1500mUI/mL e 6500mUI/mL, deve ser possível de visualizar a imagem de gravidez no útero pela USG transvaginal e USG abdominal respectivamente. Se não houver visualização nesses casos, deve-se pensar em prenhez ectópica.
Pulsão do fundo de saco de Douglas. Se houver PE, obtem-se sangue escuro não coagulado.
Em caso de instabilidade hemodinâmica, é necessário o procedimento cirurgico para resolução imediata do quadro.
Salpingectomia. É indicada em casode instabilidade hemodinâmica, rotura tubária, prole completa ou PE recorrente em mesma tuba.
Salpingostomia linear, seguido de sucção do material embrionário. A tuba não é suturada, a cicatrização é por segunda intenção. É indicada no caso de estabilidade hemodinâmica e tuba íntegra, desejo de gravidez por parte da paciente.
Método mais barato, com mesmo indice de recidiva de prenhez tubária que as outras opções terapéuticas. É indicado quando todos os critérios abaixo são preenchidos:
A droga utilizada é o Metotrexate IM, dose única, 50mg/m². Deve-se dosar o beta-HCG nos dias 0, 4 e 7 do tratamento. Se a queda do valor for maior do que 15% em medições consecutivas, considera-se o tratamento exitoso e deve-se obter a dosagem dessa substancia semanalmente até a sua negativação. Se não houver queda, deve-se repetir o esquema terapeutico. POde-se repetir a administração de metotrexate duas vezes,se não houver sucesso terapeutico, recomenta-se o tratamento cirurgico.
Indicado em casos de níveis decrescentes de beta-HCG e estabilidade hemodinâmica.