Descolamento Prematuro da Placenta
Texto de Luana Silva Bessa Guimarães
O descolamento prematuro de placenta é a separação da placenta normalmente inseridano corpo uterino, em gestação com idade superior a 20 semanas e antes da expulsão fetal, ocasionando sangramento uterino e redução de aporte sanguíneo ao feto.
Assíntomático. Confirmado pelo exame histopatológico.
DIagnóstico basea-se nos sinais clássicos da DPP. Hipertonia uterina e sofrimento fetal. O feto ainda está vivo nesse estágio.
Caracteriza-se pelo óbito fetal e divide-se em:
Epidemiologia
Ocorre em cera de 0,4 a 3,5% de todas as gestações.
A etiologia do DPP ainda é desconhecida, porém relaciona-se vários distúrbios à gênese do DPP.
O fator mais importante é a Hipertensão Arterial Sistêmica.
Podemos dividir os fatopres de risco para o DPP em:
A presença de hipertensão, sangramento vaginal escuro na segunda metade da gravidez, hipertonia uterina e sofrimento fetal correspondem ao quadro clínico clássico do DPP.
Atenção: em 20% dos casos não há exteriorização do sangramento!
O sangramento vaginal pode não refletir a gravidade do descolamento, pois pode haver coagulos retidos no espaço retroplacentário.
As manifestações de sofrimento fetal agudo estão mais relacionados com a extensão do descolamento da placenta. Nos descolamentos grandes, há óbito fetal por hipóxia.
O hemoamnio é encontrado em 50% dos casos de DPP. O líquido amniotico apresenta coloração vermelho-acastanhada.
O toque vaginal indentifica bolsa d'água tensa. A dilatação cervical pode se completar rapidamente. A placenta já descolada é expelida após a expulsão fetal.
O diagnóstico de DPP é essencialmente clínico.
A Ultrassonografia é utilizada para afastar o diagnóstico de placenta prévia.
Os exames laboratorias tem objetivo de rastrear as complicações do DPP, como a anemia grave, choque hipovolêmico e discrasia sanguínea.
Teste de Weiner é um método simples que pode ser realizado à beira do leito e avalia com boa acurácia o estado de coagulação da paciente.
A conduta do DPP depende da vitalidade fetal. A intervenção rápida e adequada muda o prognóstico da mãe e do concepto. No caso de feto vivo, a cesária é mandatória e imediata.
A conduta visa salvar a vida do feto, portanto se houver óbito fetal, não há necessidade de interrupção imediata da gestação. Deve-se, porém, zelar pela vida da mãe, que corre grande risco pela CIVD.
Em caso de óbito fetal, pode-se optar por parto vaginal se a dilatação do colo for maior que 8 cm e a apresentação fetal estiver baixa. A amniotomia deve ser instituida sempre que possível, pois descomprime o hematoma retroplacentário e consequentemente reduz a passagem de tromboplastina para a circulação materna (diminui o rsico de CIVD!).
Mortalidade materna chega a 3% dos casos. A postergação exagerada do parto, antecedentes toxêmicos, CID, choque e insuficiência renal aguda pioram o prognóstico.
O prognóstico fetal é mais grave que o materno. A morte do concepto ocorre em 90% dos casos.
Fonte: Rotinas em Ginecologia - Fernando Freitas - 6ª edição