Texto de Danni Wanderson Nobre Chagas
A miopia é um distúrbio da refração, caracterizado como ametropia esférica, que ocorre quando a imagem de objetos distantes se focam em frente a retina.
As miopias podem ser divididas em:
Miopias axiais: Esse é o tipo mais comum de miopia. Nesse tipo de miopia o diâmetro Antero-posterior do olho encontra-se aumentado.
Miopia de curvatura: Ocorre quando há um aumento no poder de refração do olho devido a uma alteração na curvatura da córnea (microcórnea) ou do cristalino (esferofaquia). Essas alterações são raras.
Miopia de índice: Há um maior poder do sistema óptico do olho. Isso pode acontecer pelo aumento de índice de refração de estruturas como o núcleo cristaliniano além de outros meios transparentes do olho.
Clinicamente, temos:
Miopia simples: Surge ainda na infância e normalmente não ultrapassa as 6 dioptrias. Pode agravar-se, dos 25 aos 30 anos, devido ao crescimento do globo ocular, estabilizando-se em seguida.
Miopia progressiva: Possui forte caráter genético e se propaga por gerações com um caráter recessivo. É mais prevalente em alguns povos (Israelitas, Árabes, Chineses).
A principal queixa é a dificuldade para ver de longe. O blefaroespasmo (contração do músculo palpebral) pode ser encontrados em indivíduos míopes tentando enxergar um ponto distante pois ajuda a diminuir o erro de refração. A queixa de cefaléia também é bastante freqüente. Em crianças muitas vezes há dificuldade de aprendizado e vícios posturais.
A queixa clínica de dificuldade para ver de longe traz consigo a forte suspeita de que o paciente apresente miopia.
O diagnóstico definitivo assim como a determinação do grau do paciente é feito pela retinoscopia.
A miopia pode ser classificada após a retinoscopia em:
• Leve: até -3,00 dioptrias.
• Moderada: -3,00 a -6,00 dioptrias.
• Grave: mais de -6,00 dioptrias.
O tratamento deve visar à correção do erro refrativo para isso as estratégias mais comuns são: a utilização de lentes divergentes seja em óculos ou lentes de contatos; e a terapia cirúrgica.
As técnicas cirúrgicas mais utilizadas são o PRK e o Eximer Laser (Lasik). Ambas são realizadas em caráter ambulatorial e apresentam resultados bem semelhantes. A diferença é que na Prk há a retirada do epitélio superficial da córnea para aplicação do laser com posterior colocação de uma lente de contato sobre a córnea enquanto na Lasik esse epitélio não é retirado completamente, havendo apenas uma delaminação da córnea, feita por um aparelho conhecido como microceratomo, com posterior recolocação do disco corniano.