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Asbestose
13/11/2012
Publicado por: administrador

 

''Texto de Daniel Machado''
 
 
Definição
 
A asbestose refere-se à fibrose do parênquima pulmonar e não à fibrose e às placas pleurais, que são frequentemente encontradas nos trabalhadores expostos ao asbesto. O asbesto refere-se a vários minerais silicosos fibrosos que têm propriedades físico-químicas únicas que os tornam efetivos para isolamento, materiais de reforço, produtos de fricção e outras finalidades. Todos os tipos de fibras de asbestos são associados à asbestose.  
 
Epidemiologia
 
O risco de asbestose aumenta com a exposição cumulativa às fibras do asbesto; com a exceção de exposições extraordinariamente altas, as manifestações da doença geralmente não estão presentes até decorridos 15 a 20 anos desde a primeira exposição. Os grupos de trabalhadores expostos incluem mineradores e moleiros do asbesto, operários de fabricação de produtos derivados do asbesto, dentre outros como vigias e trabalhadores de manutenção de prédios que possuem grande número de materiais feitos com asbesto. Com o reconhecimento mais divulgado dos riscos da doença associada ao asbesto, as exposições foram reduzidas e substitutos foram introduzidos em muitos países desenvolvidos.
Fisiopatologia
 
Em modelos experimentais de asbestose, as lesões mais iniciais são encontradas nos ductos alveolares e nas regiões peribronquiolares, onde as fibras de asbesto depositadas atraem macrófagos alveolares. Os pulmões dos trabalhadores expostos ao asbesto mostram uma lesão inflamatória e fibrótica das pequenas vias aéreas. À medida que tal fato progride, o processo fibrótico torna-se mais extenso e pode acabar envolvendo todo o pulmão. Nos casos avançados, a fibrose extensa pode destruir a arquitetura normal do pulmão e causar espaços císticos faveolados circundados por fibrose.  Na doença avançada, os pulmões são pequenos e rígidos, com fibrose e faveolamento macroscopicamente visível.
 
Manifestações clínicas
 
Pacientes com asbestose apresentam basicamente: tosse e dispnéia aos esforços, sintomas típicos de doenças pulmonares intersticiais. Estertores finos bibasais são auscultados no tórax na maioria dos pacientes e o baqueteamento dos dedos pode estar presente nos casos avançados. A radiografia de tórax mostra opacidades irregulares que são tipicamente mais proeminentes nas bases pulmonares; a doença pleural também pode estar presente na forma de placas localizadas frequentemente calcificadas. O grau de comprometimento fisiológico nas provas de função pulmonar varia com a gravidade da asbestose. As lesões das pequenas vias aéreas produzem obstrução do fluxo aéreo, manifestada por alterações na forma da curva fluxo-volume expiratório, com redução correspondente das taxas de fluxo em volumes pulmonares menores
Diagnóstico
 
A asbestose pode ser diagnosticada com confiança se houver uma história de exposição significativa ao asbesto; evidências radiográficas, clínicas e fisiológicas de DPI (doença pulmonar intersticial) compatíveis com a asbestose; e nenhuma indicação de outro processo patológico associado a um quadro clínico comparável de doença pulmonar intersticial, como a esclerodermia. Em níveis típicos, a exposição deve ter começado há pelo menos 15 anos antes que a doença se desenvolva. As placas pleurais fornecem uma forte indicação de exposição pregressa ao asbesto. Em pacientes com DPI comprovada por biópsia sem uma história firme de exposição, a presença dos corpos de asbesto deve aumentar a suspeita de asbestose. Uma contagem mais formal dos corpos ou fibras de asbesto pode ser necessária.
 
Tratamento
 
Atualmente, não há tratamento efetivo disponível para a asbestose, além dos cuidados de suporte apropriados, inclusive a aplicação de vacinas contra a gripe pneumocócica e oxigenoterapia, quando necessária. O transplante de pulmão pode ser considerado para pacientes selecionados. Devido ao risco de câncer de pulmão que os indivíduos expostos ao asbesto comportam, talvez particularmente naqueles com asbestose, a interrupção do hábito de fumar deva ser enfatizada.   
 
Prognóstico
 
O curso de asbestose identificada radiograficamente é variável, com alguns casos mostrando progressão, enquanto outros permanecem estáveis. Os fatores que influenciam a progressão parecem incluir a exposição cumulativa ao asbesto, a duração da exposição e o tipo de exposição. A identificação precoce e a interrupção da exposição podem melhorar o prognóstico. A extensão da fibrose radiográfica é um forte preditor de mortalidade.
 
 
 
 
Referências Bibliográficas:
 
-Cecil Medicina- Tradução da 23ª edição-2009