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Leucemia Mieloide Crônica
13/11/2012
Publicado por: Flora Cruz de Almeida

Leucemia Mieloide Crônica                                                                                                            

 

A Leucemia Mielóide Crônica é uma neoplasia pertencente ao grupo de síndromes mieloproliferativas, caracterizadas por proliferação desregulada e maturação efetiva das células primitivas da hematopoese, com acúmulo medular e periférico de células de uma ou mais séries mielóides. No caso da LMC, há predomínio da proliferação granulocítica, e a afecção é decorrente da proliferação clonal de célula hematopoética primitiva que sofreu translocação recíproca t (9;22), com fusão sequencial do gene da região do grupo de quebra (BCR) no cromossomo 22q11 com o gene ABL localizado no cromossomo 9q34 e conseqüente formação do chamado cromossomo Ph (Philadelphia). Pode haver evolução mais agressiva e potencialmente fatal ou evolução de crescimento lento para insuficiência hematopoética.

Epidemiologia

A incidência da LMC é de 1,5 por 100.000 pessoas/ano e aumenta lentamente com a idade até os 45 anos, quando passa a se elevar rapidamente, atingindo um pico entre a 5ª e 6ª décadas de vida. Há diminuição da incidência em idosos, e a afecção é rara na infância. A sobrevida mediana encontra-se inferior a quatro anos.

Etiologia

Não há evidências concretas que permitam a correlação entre LMC e exposição a fármacos citotóxicos ou agentes virais. Antes do Imatinibe, o tabagismo era um fator de aceleração na progressão da doença para crises blásticas, afetando a sobrevida. Acredita-se, ainda, que a LMC esteja relacionada apenas a doses altas de radiação, em virtude da incidência aumentada entre sobreviventes da bomba atômica, o que não ocorreu com as vítimas do acidente de Chernobyl.

Fisiopatologia

O produto do gene de fusão que resulta da translocação exerce um papel fundamental, embora pouco esclarecido, na LMC. Sabe-se, entretanto, que há 3 alterações funcionais fundamentais resultantes da junção das sequencias BCR e ABL:

Apresentação Clínica

Como o início clínico da fase crônica é insidioso, alguns pacientes podem ser diagnosticados ainda assintomáticos, por meio de exames de rotina. Quando sintomáticos, podem apresentar: - fadiga - mal-estar - perda de peso - sintomas resultantes de esplenomegalia (saciedade precoce, dor ou massa no quadrante superior esquerdo) - sinais menos comuns relacionados a disfunção granulocítica ou plaquetária (infecções, trombose ou hemorragia) - manifestações leucostáticas pela leucocitose intensa ou trombose (doença vasoclusiva, AVE, infarto do miocárdio, trombose venosa, priapismo, perturbações visuais e insuficiência pulmonar).

ATENÇÃO:

- Febre inexplicada, perda ponderal significativa, crescente necessidade de fármacos para controle da doença, dores óssea e articular, sangramento, trombose

Ao exame físico, o achado mais comumente encontrado é a esplenomegalia, mínima a moderada. Quando persistente apesar da instituição do tratamento contínuo, temos um sinal de aceleração da doença. A hepatomegalia leve é pouco comum, e