Tópicos

< Voltar

Fisiopatologia das Metástases
13/11/2012
Publicado por: Flora Cruz de Almeida

Fisiopatologia das Metástases                                                                                                    

 

As metástases são implantes tumorais descontínuos em relação à neoplasia primária e, invariavelmente, admitem a ela um caráter maligno. A grande maioria dos cânceres, com poucas exceções (gliomas e carcinomas basocelulares da pele, bastante invasivos, porém raramente sofrem metástase), podem invadir tecidos adjacentes, penetrar em vasos sanguíneos, linfáticos ou cavidades corporais e se disseminar.

As características da neoplasia primária que aumentam a probabilidade de ocorrência metástases são as seguintes:

Apesar disso, há inúmeros casos que fogem a essa regra e, por isso, não se deve definir a probabilidade de metástase apenas baseado no exame patológico da neoplasia primária.

Disseminação metastática

 

A ocorrência de metástases diminui consideravelmente a possibilidade de cura, o que faz com que, na ausência de medidas para a prevenção do câncer em si, formas para se evitar a disseminação sejam de extrema importância.

A disseminação neoplásica pode ocorrer por meio de 3 vias possíveis:

Há relatos de transplante direto de células tumorais, como através de instrumentos cirúrgicos, porém são bastante raros e, por se constituírem de uma forma artificial de disseminação, não serão consideradas aqui.

Implantação nas cavidades corporais e superfície

Ocorre sempre que uma neoplasia maligna penetrar em um “campo aberto” natural, como a cavidade peritoneal (sítio mais frequentemente acometido). Outros locais possíveis são as cavidades pleural, pericárdica, subaracnóide e espaço articular. A implantação pode acometer toda a cavidade, revestindo-a, ou permanecer confinada à superfície da víscera abdominal revestida. Um exemplo de neoplasia em que isso acontece é o carcinoma de ovário.

Disseminação llinfática

 

É considerada a via mais comum para disseminação inicial dos carcinomas, embora possa também ser utilizada pelos sarcomas. Vale ressaltar que o padrão de acometimento linfonodal segue as vias naturais de drenagem. Podemos ter, entretanto, preservação de alguns linfonodos regionais, em virtude de anastomoses venolinfáticas ou obstrução dos canais por inflamação ou radiação, sendo chamada essa situação de “metástase em salto”.

Em muitos casos, mesmo que por tempo limitado, os linfonodos regionais podem atuar como barreiras eficazes contra a disseminação posterior do tumor. Sabe-se que após a retenção de células tumorais no linfonodo, essas podem ser destruídas pela ativação de uma resposta celular, de modo que o aumento do linfonodo pode ter duas causas principais:

Desse modo, o crescimento linfonodal não necessariamente está relacionado a uma disseminação da lesão primária.

Disseminação hematogênica

É a via de disseminação típica dos sarcomas, embora possa ser utilizada também pelos carcinomas.

Fontes: Patologia – Bases patológicas das doenças; Robbins e Cotran; 7ª edição; páginas 291,292,293 e 294.