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Esteatose Hepática
13/11/2012
Publicado por: Flora Cruz de Almeida

Texto de Lucas Araújo

Esteatose Hepática                                                                                                                     

Esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado. O acúmulo de lipídeos em células ou tecidos onde normalmente não ocorre é conseqüência de distúrbios metabólicos. Por ter papel central no metabolismo dos lipídeos, o fígado é o órgão onde mais ocorre a esteatose. É um processo benigno, porém se não retirados os fatores de risco, há possibilidade de uma evolução para cirrose.

Causas

Algumas outras causas são:

 

Devemos ter em mente que não é preciso ter alguma das condições citadas acima para se ter esteatose hepática. Pessoas magras, saudáveis e com baixa ingestão de álcool também podem tê-la, apesar deste fato ser menos comum. A esteatose é mais comum no sexo feminino.

Classificação

 

Segundo o tipo morfológico:

À microscopia, há o acúmulo de triglicerídeos no citoplasma em uma única gota volumosa de gordura.

Na microscopia, o hepatócito é cheio de múltiplos e pequenos vacúolos gordurosos.

Segundo a localização no órgão:

Acomete freqüentemente o lobo direito do fígado. Na ultra-sonografia apresenta uma área de ecogenicidade aumentada em distribuição segmentar ou lobar. As margens encontram-se anguladas, isto é, geométricas nas áreas esteáticas e não ocorre efeito expansivo sobre os vasos adjacentes. A tomografia computadorizada revela uma área focal de atenuação reduzida. As áreas típicas ocorrem adjacentes ao ligamento falciforme ou na fossa das vias biliares. Pode-se observar áreas não acometidas pela infiltração gordurosa, as quais podem causar pseudomassas. As áreas características poupadas são o lobo caudado, as regiões periportal e adjacências à fossa da vesícula biliar.

Pode ser dividida em graus. O grau I (esteatose simples) apresenta um discreto aumento da ecogenicidade hepática. O grau II (esteatose + inflamação) caracteriza-se pelo aumento moderado da ecogenicidade hepática e pequeno comprometimento na visualização do diafragma e vasos intra-hepáticos. O grau III (esteatose + balonização celular) refere-se ao aumento da ecogenicidade hepática que acaba por comprometer a penetração do feixe do ultra-som no segmento posterior do lobo hepático direito tornando impossível à visualização das veias hepáticas e do diafragma. Ainda podemos considerar um grau IV (esteatose + balonização celular + corpúsculos de Mallory e/ou fibrose). Os graus III e IV compõem a esteato-hepatite. Na tomografia computadorizada, a forma difusa é diagnosticada de forma visual e subjetiva devido à diminuição da atenuação do parênquima hepático ou determinada por uma atenuação hepática menor que a do baço na fase pré-contraste do exame aproximadamente 10 Unidades de Housnfield.

Sintomas

A grande maioria dos pacientes são assintomáticos, portanto o diagnóstico é feito de forma incidental em um exame de rotina, como os exames laboratoriais e de imagem. Mas quando aparecem, os sintomas são, geralmente, hepatomegalia e desconforto no hipocôndrio direito.

Exames Laboratoriais

Bioquimicamente, ocorre aumento da GGT (gama glutamiltransferase), aumentada em todas as formas de esteatose hepática; das aminotransferases, em especial a AST (aspartato aminotransferase) e em menor expressão bilirrubina sérica e fosfatase alcalina.

Tratamento

O tratamento é essencialmente de apoio e consiste em corrigir ou eliminar a causa da esteatose. Por exemplo, quando ela resulta de consumo excessivo de álcool, a abstinência do mesmo com uma dieta adequada começa a corrigir as alterações no fígado dentro de 4 a 8 semanas.


Fonte: Medicina Interna - Harrison - 17ª. Edição - McGrawHill; Padoin, Alexandre Vontobel. 2008. Doença hepática não-alcoólica gordurosa e risco de cirrose.; Chaves, Gabriela Villaça. 2009. Ultrassonografia e ressonância magnética: estudo comparativo no diagnóstico da esteatose em obesos grau III.