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Pancreatite Aguda
06/05/2013
Publicado por: Sarah Gomes Diógenes

 

É um processo inflamatório agudo desencadeado após a ativação das enzimas pancreáticas. De todos os casos, 10% a 20% deles evoluem de forma mais grave.

 

Etiologia

As causas mais frequentes são litíase biliar e álcool somando cerca de 80%. As outras causas são: medicação, cirurgia abdominal, vasculite, choque, entre outros.

 

Patogênese e fisiopatologia

É dividida em três fases:

1ª fase: ativação intracelular de zimogênio com retenção da enzima dentro da célula acinar e inibição da secreção. A ativação intra-acinar causa dano à membrana celular com escape de enzima para o interstício e para circulações levando autodigestão da proteína estrutural, hemorragia, necrose da gordura peripancreática, degradação de lipídios da membrana.

2ª fase: inflamação mediada por citocinas levando a edema, diminuição de saturação, isquemia progressiva, infiltração de células inflamatórias agudas e necrose peripancreática.

3ª fase: inflamações extrapancreaticos em órgãos e sistemas a distância.

 

Manifestações clínicas

Dor abdominal com início aguda e contínua no epigastro, mesogastro e hipocôndrio, podendo haver irradiação para o dorso, náusea, vomito, taquipneia , febre. Nos casos graves podemos encontrar sinais de choque, derrame pleural a esqueda, sinal de Cullen, sinal de Grey-Turner.

 

Diagnóstico

Normalmente é por meio de história clínica, exames laboratoriais e exames de imagem.

Amilase: eleva-se 2-12 horas por 3-5dias. É elevado, em geral, acima de três vezes que o limite superior normal.

Lipase: eleva-se mais tardiamente ( 4-24 horas ) por 8 a 14 dias.

OBS: Quando a amilase estiver 3 vezes acima do limite superior normal, juntamente com a lipase também com o valor 3 vezes superior que o limite superior normal, a sensibilidade para pancreatite aguda será 95%, assim como a sua especificidade que também será 95%.

Rx simples de abdome: pode detectar calcifições, alças sentinelas ou o sinal da amputação. Usado também para exclusão de diagnósticos diferencias.

Rx de toráx: pode ser encontrado derrame na base do pulmão esquerdo, atelectasias, infiltrado pulmonar, SARA.

US: Pode apresentar calcificações, heterogeneidade, coleção pancreática.

TC e RN: excelentes exames para avaliar necrose pancreática e análise de tecidos vizinhos.

OBS: em casos de origem biliar, pode ser realizado a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada ( CPRE ).

 

Avaliação da gravidade da pancreatite:

- Critérios de Ranson

- Critérios de Glasgow

- APACHE II

- Banks

 

Tratamento

Cuidados de suporte: combater a hipovolemia com reposição de fluidos em pacientes hemoconcentrados, atentando para os níveis dos eletrólitos, sobretudo cálcio e magnésio

Monitorização de hipoxemia

Alivio da dor: com analgesia rigorosa, evitando a morfina

Suporte Nutricional: na pancreatite aguda leve - ingestão oral iniciada após 3 a 5 dias em dieta zero, introduzindo aos poucos a dieta oral. Na pancreatite aguda grave – a dieta oral não pode ser reintroduzida por 1 a 2 semanas, recomendando-se nutrição parenteral total ou enteral.

OBS: profilaxia na infecção da necrose pancreática é bastante controverso.

 

Necrose pancreática e necrose infectada

A conduta da necrose estéril é conservadora, já da infectada é detecção precoce e inicio do tratamento imediatamente com antibioticoterapia + drenagem ou limpeza cirúrgica imediata ou procedimentos alternativos.

 

Indicação Cirúrgica da Pancreatite Aguda

Deve ser realizada nas necroses extensas, mesmo estéreis, com instabilidade hemodinâmica ou que ocasionem compressão do estômago. Deve ser realizada também nas necroses infectadas ou na presença de abcesso pancreático. A abordagem cirúrgica deve ser realizada após 14 dias.

 

Bibliografia: Gastroenterologia e Hepatologia - Jose Milton de Castro Lima - editora: UFC